sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Saibam um pouco da minha vida em Patos - Parte 2
SAIBA UM POUCO DA MINHA VIDA EM PATOS – Parte 2
Quando meus pais decidiram sair de Abreu e Lima, então Distrito de Paulista (PE), e fixar residência em Campina Grande, nunca pensei em me adaptar à cidade grande. Afinal, eu tinha apenas 9 anos (1950), idade meio complicada para uma adaptação imediata. Mas as coisas fluíram de forma surpreendente. Tudo ali era diferente, inclusive o dialeto. Esse talvez tenha sido o ponto mais cruciante. Os anos passaram. Moramos em vários locais (Liberdade, rua Arrojado Lisboa, Av. Rio Branco, rua Paraguai, rua Idelfonso Aires, rua Ceará e rua Monte Santo). Estudei nos colégios Alfredo Dantas e Estadual da Prata, mas a minha primeira escola foi a famosa Escola de D. Adelma, na rua Arrojado Lisboa.
Foi em Campina Grande que dei os primeiros passos no futebol, jogando no infantil do Vasco da Gama. Passei, em seguida para os juvenis e acabei sendo titular no chamado Primeiro Quadro, que era o que hoje chamamos de time amador. Era a época em que só existia o Treze e o Paulistano. Depois é que surgiu o Campinense, formado por aristocratas locais. Um momento inesquecível foi quando fizemos a preliminar com os aspirantes do Treze, antes do jogo Treze X Vasco do Rio (1959). Naquela ocasião, Bellini desfilou com a Taça Jules Rimet.
O Vasco formou com Fernando, Paulinho e Copolilo; Élcio (Laerte), Orlando e Coronel; Sabará, Almir, Roberto Pinto e Pinga. Um fato de destaque foi a expulsão do jogador Élcio. Em um lance na intermediária do Vasco, Élcio gritou para um companheiro seu, mandando dar combate ao jogador Pedro Neguinho, do Treze, a quem chamou de “urubu”. Por ser negro e pensando ter sido com ele, o árbitro expulsou o jogador vascaíno, por desrespeito à autoridade. Élcio saiu sem saber o que havia feito para ser excluído da partida (naquele tempo não tinha esse negócio de preconceito e chamar um negro de urubu, por exemplo, era muito normal).
Foi ali que eu tive os meus primeiros empregos: o primeiro numa banca de revista, próxima à Prefeitura Municipal, e o outro num escritório de representações do Sr. Geraldo Soares, no Edifício Assú, na Praça da Bandeira. Deste eu só saí para servir ao Exército, em 1960, onde trabalhei na F.A. (Fiscalização Administrativa), tendo como chefe o Major Marcelo. Da época, lembro o coronel Queiroz (comandante), o major Marcelo (sub-comandante), Major Maurício, tenentes Marques, Rego Barros e , além do sargento 62, comandante da Banda Marcial, da qual eu fiz parte a convite do mesmo.
No ano de 1961, fui residir em Patos, onde minha vida mudou por completo. Recém-casado, morava na casa de meus pais, na rua Felizardo Leite, de onde saí para morar numa casinha na Travessa Pedro II. Era tão pequena a casa que só cabia mesmo duas pessoas. Depois de uns dois anos naquele sofrimento, fui morar em outra casa no mesmo local. Agora sim, era uma casa de verdade. Alguns anos depois consegui comprá-La.
Muitos anos depois troquei minha casa por outra no Bairro do Salgadinho, onde tive bons amigos e excelentes vizinhos. Lembro de João Rodrigues, Demétrius, Lula, Didi, entre outros. Na época, Patos era representada no futebol pelo Esporte, time pertencente ao então deputado Zéu Palmeira. Poucos meses depois da minha chegada, alguns funcionários dos Correios e Telégrafos formaram o Nacional Atlético Clube. Foi aí que comecei a gostar do “Canário do Sertão”.
Ainda cheguei a treinar umas duas vezes no Esporte. Na época, os treinos eram realizados no famoso campo do CICA, na saída para Campina Grande (hoje bairro de Brasília). Outro campo onde se realizavam os jogos era o do Estrela, local onde foi construído o Estádio Municipal José Cavalcanti. Alí, participei de muitos jogos. Naquele tempo, Dissôr (Edilson Brandão) já era uma revelação.
Também joguei algumas partidas no campo do Bariri, no bairro de São Sebastião. Era o tempo do Farinha, um dos grandes jogadores da época. Aliás, o futebol de Patos teve figuras de nomes interessantes: Farinha, Banana, Tripa, Pistola, Buchada, etc.
Eu sempre falava que era amigo do jogador Salomão, do Campinense. Isso causou muitos comentários dos amigos, que duvidavam por ser aquele atleta um verdadeiro craque. Certo dia, o Campinense foi jogar em Patos e eu aproveitei para provar a minha amizade com Salomão.
Fui até o Hotel Santa Terezinha (o único da cidade capaz de hospedar pessoas ilustres), e convidei Salomão para conhecer a cidade. O primeiro passo foi levá-lo até a Rádio Espinharas. Foi um verdadeiro “Deus nos acuda”. Os amigos, vendo-me em companhia do jogador, ficavam pasmados e muitos se aproximavam para falar com o atleta rubro-negro. A partir daquele dia ninguém mais duvidou de mim. Uns até me chamavam de “o amigo de Salomão”.
Naquele domingo, o jogo entre Campinense X Esporte foi realizado no campo do Colégio Diocesano (hoje Colégio Pedro Aleixo). Eu entrei com o Campinense, ao lado do jogador Salomão, com a permissão do técnico Buarque Gusmão, do time “raposa”. Os olhares admirados dos torcedores para mim, foi algo muito legal, pois provei que tinha prestígio junto ao clube de Campina Grande, onde eu sempre treinava quando residia naquela cidade serrana.
Quero aproveitar este espaço para citar alguns amigos que fiz na “morada do sol”. Alguns já se foram, outros ainda vivem, graças a Deus. Destaque para Luiz Gonzaga Lima de Morais; Petrônio Gouveia; Fildani Gouveia; Dr. Magalhães, juiz de Direito; professores José Luiz, José Carlos, Josa, Manoel Messias, Durval Fernandes, Adalmira, Pe. Raimundo, Osman, Geralda, Sarmento, Willy Bullara. Entre os jogadores, guardo na memória Ribamar, Totinha, Mário Lemos, Toinho, Zé Pereira, Celimarcos, Marconi, Manoel Messias, Dedé Baixinho, Clóvis, Menon, Nego Mimi, Oliveira, Walter, Didi, Lulu, Marchedes, João Batista, Perequeté, Chico Carroção, entre outros.
Não poderia deixar de citar pessoas como Antônio Araújo, Osvaldo Mota, Pedro Oliveira, Chico Medeiros (da Marajó), Francisco Leite, Oscar Leandro, Dr. Olavo Nóbrega, Dr. Carlos Candeia, Dr. Edmilson Fernandes Motta, Dr. Otávio Pires de Lacerda, Dr. Geraldo Carvalho, Dr. Edmilson Lúcio, Dr. Rivaldo Medeiros, Dr. Ivânio Ramalho; tenente Carlos, capitão Clementino, tenente Evódio, Coronel Deuslírio, Dr. Efigênio Vilar, deputada Francisca Motta, Francisco de Assis Vieira (Binda), Dr. Romero Abdon da Nóbrega, deputado Edvaldo Motta, entre os muitos amigos patoenses.
No dia 20 de janeiro de 1976, apresentei, pela primeira vez, pela Rádio Espinharas, o programa “O Domingo é Nosso”. Comecei sozinho, mas com o passar do tempo, coloquei pessoas maravilhosas para ajudar-me. A primeira delas foi Arlene Nóbrega. Depois veio a Cilene Medeiros e, finalmente a irmã dela, Sildani Medeiros. Muitas pessoas ajudaram, entre elas Genival da Coroa, Chico Leite dos Doces Verdes Mares, e Chico Medeiros, da Marajó.
No dia 26 de agosto de 1978, recebi o título de Cidadão Patoense, outorgado pela Câmara Municipal, na gestão do Dr. Edmilson Fernandes Motta. O autor do Projeto de Lei foi o vereador Polion Carneiro. As solenidades aconteceram no salão de festas do Hotel JK, culminando com um alegre e delicioso jantar.
No dia 11 de setembro de 1978, assinei contrato com a Prefeitura Municipal para lecionar Português n o Colégio Aristides Hamad Timene. Este foi o ponta-pé inicial para meu ingresso no magistério. Depois fui para o Colégio Comercial Roberto Simonsen, a convite do professor Constantino, diretor daquele educandário. Em seguida, ensinei nos cursinhos Kennedy, Extra Três e Apollo XI, todos preparatórios para o vestibular.
No dia 17 de dezembro de 1978, em solenidade no Estádio Municipal José Cavalcanti, recebi a medalha de Honra ao Mérito, por ter sido o árbitro que mais atuou no campeonato de futebol da cidade, com 18 atuações.
No dia 16 de janeiro de 1982 fui indicado como Relações Públicas do III Batalhão de Polícia Militar (III BPM), em solenidade realizada na Churrascaria Buena Brasa e que contou com a participação de todos os jornalistas da cidade. Minha indicação foi feita pelo capitão Clementino, comandante da 4ª Companhia. A convite do prefeito Edmilson Motta, recém-eleito, assumi a Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal de Patos, permanecendo na gestão Rivaldo Medeiros, saindo em 1984, quando fui para Petrolina, a convite da Rádio do Grande Rio.
Tentarei lembrar os nomes de alguns vereadores que, ao longo da minha passagem pela Câmara Municipal, como Assessor de Imprensa (8 anos), tiveram grande respeito pelo meu trabalho: Polion Carneiro, Juracy Dantas de Sousa, Apolônio Gonçalves, Francisco Antônio de Maria (Chico Bocão), Rubens Almeida, Abdias Guedes Cavalcanti, Agamenon Borges, Vigolvino Lopes, Cláudio Barreto. Estes foram os grandes companheiros de batalha na Casa de Juvenal Lúcio de Souza.
Também sempre gostei de cantar. Participei de dois Festivais de Músicas Carnavalescas, realizados no Cine El Dorado. Algumas de minhas composições, com arranjos do maestro Saraiva, foram: “Até Quarta-Feira”, “Saudades dos Carnavais”, “Marcha da Peteca” e “Porta-Bandeira”. Participei de muitas serestas no Patos Tênis Clube e outras nas ruas de Patos, ao lado de Amaury de Carvalho, Aloísio Araújo, Agnaldo Xavier, Antônio de Pádua, Tatinha e outros. Participei ainda de alguns programas do Virgílio Trindade, na Rádio Espinharas, nos sábados à noite.
(Aguardem a continuação desta matéria - a parte 3)
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