terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A Difícil Missão de... (livro) - Parte 11


UMA IGREJA VOLTADA PARA CRISTO

Vamos iniciar este bloco com um versículo de Atos dos Apóstolos, contido no capítulo 9 que nos diz: “Em toda a região da Judéia, Galiléia e Samaria, a igreja estava em paz. Ela ficava cada vez mais forte, crescia em número de pessoas com a ajuda do Espírito Santo e mostrava grande respeito pelo Senhor Jesus” (v. 31).
A primeira coisa que precisamos ver é que a Igreja de Jesus Cristo estava crescendo em número com a ajuda do Espírito Santo, ou seja, era um crescimento quantitativo e qualitativo, ao mesmo tempo. Não era apenas um aumento significativo de pessoas, que alí estavam em busca de bens materiais. Eram pessoas que sentiam a necessidade de um encontro com Jesus Cristo. Eles não estavam visando qualquer tipo de prosperidade material.
Outra coisa que nos chama a atenção é que a Igreja de Jesus Cristo estava em paz. Isso significa dizer que aquelas pessoas se amavam de forma recíproca e era um amor sincero, sem qualquer falsidade ou interesses individuais. Com certeza, os crentes daquelas regiões levavam uma vida de felicidade, uma vida vitoriosa, uma vida repleta de alegria.
Finalmente, aqueles irmãos tinham uma característica de verdadeiros cristãos: eles respeitavam Jesus Cristo. Isso significa dizer que aquela Igreja vivia uma doutrina verdadeira e santa, segundo a vontade de Deus. Era uma Igreja criada para transformar o mundo e não para ser transformada por ele. Era uma Igreja sem espaços para os modismos mundanos. Com certeza, era uma Igreja de homens sérios e tementes ao Senhor.
Nos dias atuais, encontramos igrejas que se preocupam em agradar as pessoas, aceitando seus costumes mundanos. É certo que devemos receber os pecadores arrependidos da maneira como eles estão. O que não podemos é conservá-los como estão. Quem decide por seguir a Cristo, deve transformar-se numa nova criatura “Quem está unido com Cristo é uma nova pessoa; acabou-se o que era velho, e já chegou o que é novo” (2 Coríntios 5:17). Se a pessoa não aceitar esta transformação, ainda não pertence ao povo de Deus. Não adianta ficar na Igreja com o comportamento mundano.
As modas dos brincos, das trancinhas e das tatuagens invadiram as igrejas evangélicas, enquanto os líderes acham isso uma coisa normal. E não adianta essa conversa de aceitar os jovens do jeito que eles são. Quando a Bíblia fala em mudança, em transformação, estão inclusos todos aqueles que pretendem seguir a Cristo. O evangelho é coisa séria. Sendo servo do Senhor, quaisquer tipos de culturas ou costumes devem ser abolidos. O povo de Deus não pode se confundir com o povo do mundo. Deus não criou modas nem costumes. Tudo é criação do homem através dos tempos e de acordo com sua vontade.
Certa vez procurei o pastor de minha igreja a fim de saber quais as providências ele iria tomar quanto a presença de um jovem de brinco que há várias semanas estava participando ativamente do “Grupo de Louvor”. Eu não fui sugerir a saída dele e sim que ele fosse doutrinado segundo os ensinamentos bíblicos. Só não queria que ele servisse de estímulo e de mal exemplo para outros jovens.
Num determinado dia, comentando o fato, uma irmã perguntou se eu sabia onde estava aquele jovem. Eu respondi que não tinha a mínima idéia. Parecendo querer me incriminar, ela respondeu: “AQUELE JOVEM ESTÁ NO MUNDO”. De imediato eu respondi para aquela irmã que ele foi para o mundo porque já era do mundo e que eu não tinhá nada a ver com a decisão por ele tomada.
A grande e incontestável verdade é que, ao aceitar a Cristo como Salvador, a pessoa, por mais problemática que pareça ser, tem por OBRIGAÇÃO mudar. Mas para que isso aconteça é preciso que ela aceite as orientações bíblicas. Essa mudança não é imposta pelo pastor, nem pelos demais membros da igreja. Ela é IMPOSTA pela Bíblia Sagrada, pelo Evangelho de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, independente da vontade desse ou daquele membro que se mostra tolerante.
A indiferença da igreja aos maus hábitos do novo decidido, leva-o a se acomodar achando que está no caminho certo. Por isso, ao ser orientado sobre as verdades do Evangelho, ele se rebela e procura outro caminho. Se a igreja está agindo segundo as orientações bíblicas, não se culpe pela decisão tomada pelo “crente” rebelde que não aceita se transformar em NOVA CRIATURA.
SE ELE NÃO QUIS FICAR ENTRE NÓS É PORQUE NÃO PERTENCE AO POVO DE DEUS. SIMPLESMENTE NÃO CONSEGUIU NEGAR A SI MESMO, CARREGAR A SUA CRUZ E SEGUIR A JESUS CRISTO. SEGUIR A CRISTO REQUER SACRIFÍCIO, RENÚNCIA.

IGREJA OU EMPRESA? O QUE MUDOU NA CASA DO SENHOR?

Quando eu ainda era criança, ouvia o pastor Silas Falcão, da Primeira Igreja Batista de Campina Grande, ler o Salmo 23: “O Senhor é o meu Pastor; nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas...”. Naquela época eu tinha nada menos que 12 anos. Hoje, folheando a Bíblia Sagrada, vejo as mesmas palavras proferidas por aquele homem de Deus. Isso significa dizer que a Bíblia Sagrada é a mesma, embora algumas apareçam com versões diferentes, mas sem fugirem dos ensinamentos de Jesus Cristo.
Naquela época, a Igreja do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo era dirigida por homens escolhidos por Deus para orientar o seu rebanho. Era a época em que ser pastor era exercer um Ministério Divino. E o que mudou? Por que existem tantos profissionais dentro das nossas Igrejas? Por que tudo que se faz para a propagação do Evangelho tem que ser pago? Por que criaram as obrigações sociais e ainda continuam dizendo que nossas Igrejas não têm vínculos com o Estado?
Certa vez, na Escola Bíblica Dominical, estávamos estudando sobre dízimos e ofertas. As opiniões foram várias a respeito do assunto, principalmente quando o tema foi ofertas. Naquele momento, eu fiz uma rápida comparação entre a Igreja de ontem e a de hoje. Fiz ver que nas décadas de 50 e 60, as Igrejas viviam (e muito bem) com os dízimos e ofertas, inclusive mantendo várias congregações e ainda se dando ao luxo de comprar folhetos para trabalhos de evangelismo, e distribuir Bíblias com as pessoas não crentes. Eram os anos áureos das Igrejas evangélicas.
Hoje, as Igrejas vivem realizando campanhas e mais campanhas, chegando até a sufocar os seus membros. Isso graças aos gastos exorbitantes. Além dos pastores, que hoje exigem tudo das Igrejas, ainda se paga à Secretárias, Ministérios (infantil, evangelismo, música, etc.), Contador e, muitas delas têm até Assessoria Jurídica. Absurdo ou não, essa é a grande realidade. É aí que perguntamos: estamos numa igreja ou numa empresa?
Lembro-me que tínhamos dirigentes de corais, secretários, zeladores e evangelistas, todos voluntários, cujos trabalhos eram feitos com muito amor. Era tão maravilhoso que as pessoas contribuíam com prazer e alegria. Os cultos ao ar livre, sempre dirigido pelo pastor, eram feitos com tanto prazer que os incrédulos se admiravam da disposição do povo de Deus. Hoje isso não existe mais. Por quê?
Se a Igreja foi criada para transformar o mundo, que continue realizando trabalhos nesse sentido. Quando ela passa a ser transformada pelo mundo, as coisas começam a declinar. O que vemos sempre são os pastores perguntando o que está acontecendo que a Igreja não está apresentando crescimento. Não sei se eles desconhecem os verdadeiros motivos, ou se querem fazer dos outros bestas. O certo é que eles, os pastores, já não se preocupam muito com o que acontece dentro de suas Igrejas. Fazem de conta que tudo vai bem, enquanto as modas mundanas se infiltram folgadamente na Casa do Senhor.
Não tem dinheiro que possa suprir as grandes despesas contraídas pelas Igrejas. Tudo que se faz para o soerguimento do Reino de Deus é na base do dinheiro. Os mercenários estão invadindo as Igrejas e ainda têm a ousadia de falar em amor à obra. O negócio é tão sério que, ao deixar o cargo de secretária de uma Igreja evangélica, uma jovem deixou de freqüentar aquela Igreja. Prova de que estava ali pelo salário. Tenho pena dessas pessoas quando Jesus Cristo voltar para buscar a sua Igreja.
IGREJA OU COMITÊ?
O amigo leitor poderia até perguntar o porquê da pergunta. Talvez porque nunca tenha passado por sua cabeça que isso poderia acontecer na Casa de Deus. Pois engana-se quem assim pensa. Senão vejamos o que aconteceu na Primeira Igreja Batista do Gama, a PIB Gama:
No domingo, dia 22 de outubro de 2006, após uma sessão (ou culto administrativo, como preferem chamar), realizada depois da Escola Bíblica Dominical, em uma determinada Igreja, o Pastor avisou que a Escola Bíblica do domingo seguinte, mesmo com a realização das eleições no seu segundo turno, seria realizada normalmente, acrescentando que a votação se estenderia até às 17:00 horas.
Depois do aviso, um irmão, em alta voz, bradou: “E é o 13”, fazendo alusão ao número do candidato do PT à Presidência da República. Isso foi o bastante para levar os petistas ali presentes ao delírio, inclusive com uma gritaria que chegou até a assustar. Olhei para o Pastor, esperando que ele fizesse uma admoestação. Ao contrário do que se esperava, ele limitou-se a rir “de orelha a orelha”. Como membro da Igreja, tomei a iniciativa de lembrar aos presentes que ali era a Casa de Deus e não um comitê político.
São fatos dessa natureza que fazem com que a Igreja de Deus perca a credibilidade perante a sociedade. Como seres humanos e pessoas comuns, temos todo o direito de optarmos por este ou aquela candidato, por este ou aquele partido político, sem que isso venha influir na nossa condição de servos do Senhor. A vida espiritual da Igreja pode ser afetada por esta IDOLATRIA levada para dentro do Aprisco Pastoral. Depois, ficam lamentando que a Igreja não cresce.
Tenho a plena certeza de que, naquele momento o nosso Deus deve ter ficado decepcionado e, quem sabe, bastante irritado, com o comportamento daqueles que se dizem seus servos, mas que não conseguem colocar a espiritualidade acima das emoções e das paixões mundanas. Quem acha que estou exagerando ainda não conseguiu se conscientizar de que a Casa de Deus é Casa de Oração. É por este e outros motivos que muitos dizem que eu sou polêmico. Polêmico é todo aquele que tem idéias próprias e, portanto, não se deixam levar pela influência dos outros. Só nunca fui e nem serei subserviente.
Infelizmente, durante os períodos eleitorais algumas igrejas evangélicas se transformam por completo: são veículos com adesivos de candidatos, enquanto outras chegam a colocar candidatos nos Púlpitos para fazerem suas propagandas. Absurdo ou não, o fato acontece e não há quem conteste esta afirmativa.
Conheço igrejas que receberam veículos presenteados por candidatos. Outras receberam bancos, sons, instrumentos musicais e outros “presentes” que certamente desagradaram ao Senhor. É aí que cabem as perguntas: ISSO É CORRETO? FOI PARA ISSO QUE NASCEU A IGREJA DE DEUS? ISSO É SER IGREJA CONDUZIDA PELO ESPÍRITO SANTO? COMO FICA O NOSSO DEUS DIANTE DESSA CORRUPÇÃO ESPIRITUAL?

(A seguir, a Parte 12)

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