O Preço da Honestidade
O mundo dos honestos é muito pequeno e pouco conhecido, principalmente pelos desonestos. É uma realidadee da qual não se pode fugir, mesmo que, para isso, finjamos que somos honestos.
Se alguém nos perguntar quanto custa ser honesto, certamente seremos pegos de surpresa. É que nos preocupamos bastante com os preços dos produtos de primeira necessidade, sem sabermos que o preço do caráter humano é tão alto que poucos conseguem obtê-lo.
É interessante vermos uma faxineira que ganha em torno de 500 reais mensalmente, devolver 14 mil reais que achara num banheiro. Sair nos jornais e nos canais de televisão é muito pouco para se reconhecer a honestidade de alguém. Ela vale mais que isso. Pena que essa senhora continue sendo uma simples faxineira, agora esquecida.
Foi impressionante a atitude de um cidadão que devolveu, em Brasília, uma fortuna em dólares, encontrada no aeroporto da Capital Federal. Uma foto com o Presidente da República e alguns pequenos espaços na Tv e nos jornais foram as “recompensas” recebidas.
Entristece-nos saber que essas atitudes heróicas desaparecem tão rapidamente que, em pouco tempo, tudo isso não tem a mínima importância, enquanto os pequenos heróis continuam sendo os eternos desconhecidos.
É que vivemos num país onde os heróis mais ovacionados não são aqueles que devolvem o que encontram, mas os que, descaradamente, metem as mãos em nossos bolsos e, como recompensa, são absolvidos pelos que ainda não chegaram a conhecer o significado da palavra honestidade.
Um dia, ao cairem na realidade, os que agem com dignidade, numa demonstração de cidadania, devem olhar para dentro de si mesmos e perguntar: - qual será, realmente, o preço da honestidade?
(Adalberto Claudino Pereira - 2007)
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
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