domingo, 15 de fevereiro de 2009

Rastos do Homem (texto)

RASTOS DO HOMEM
Mr. Peter O'Nara era um homem curioso. Daqueles que lêem todo tipo de livro, independente do autor ou do conteúdo. Ele sempre ouvia falar da Amazônia e costumava dizer para os amigos que ainda realizaria uma de suas maiores aventuras: andar pela floresta mais famosa do mundo.
Dito e feito. Mr. Peter veio ao Brasil e, como havia prometido, resolveu dar um “passeio” turístico pela Amazônia. Para isso, contratou os serviços de dois “batedores” florestais, homens bastante acostumados com os perigos da selva. E lá se foram eles.
Mr. Peter pediu aos seus “cicerones” que relatassem tudo, pois ele fazia questão de anotar todos os detalhes em seu diário. E assim foi feito.
Depois de um quilômetro de caminhada, um dos guias parou, olhou para o turista e disse: “Por aqui passou um macaco!”. Mr. Peter ficou admirado e perguntou ao rapaz por que ele sabia que por ali havia passado um macaco. - Ora, respondeu o guia, - veja aquelas cascas de bananas!!!.
Andaram mais um quilômetro quando o outro guia parou, olhou para o turista e disse: “Por aqui passou uma girafa!”. Novamente admirado, Mr. Peter quis saber como o rapaz sabia que por ali havia passado uma girafa, ao que o guia respondeu: - Veja lá no alto daquela árvore! Somente uma girafa seria capaz de comê-la!.
Depois de caminharem mais um quiulômetro, o outro guia parou novamente, voltou a olhar para o turista e falou: - Agora veja aqueles restos de animais! Isso significa dizer que por aqui passou um leão faminto!. Mr. Mr. Peter nem precisou perguntar mais nada, devido às evidências dos fatos.
Os três continuaram andando. Muitas foram as paradas feitas para que os guias mostrassem como as coisas aconteciam na floresta.
Já era tarde quando chegaram a um local onde a devastação fora feita de forma violenta e criminosa. Centenas de árvores foram derrubadas, muitas delas para serem comercializadas de forma ilegal. Também havia sinais de queimadas no local.
Os dois guias olharam para o turista e, como se tivessem ensaiado o estribilho de uma canção melancólica, falaram: - Por aqui passou o homem!!!...
(Adalberto Claudino Pereira - 2007)

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