sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A Difícil Missão de... (livro) - Parte 05


O QUE A IGREJA DEVE PREGAR?

Em primeiro lugar, precisamos saber o que é a igreja. Observando a carta do apóstolo Paulo aos Colossenses: “Agora eu me sinto feliz pelo que tenho sofrido por vocês. Pois o que eu sofro no meu corpo pela igreja, que é o corpo de Cristo, está ajudando a completar os sofrimentos de Cristo em favor dela” (Col. 1:24), ficamos sabendo que a Igreja é o Corpo de Cristo. Assim sendo, ela precisa ser limpa, pura, imaculada, comprometida com Deus, obediente à vontade de Deus.
E quem deve “governar” a Igreja de Deus? Agora vamos lá para a primeira Carta de Paulo a Timóteo: “Este ensinamento é verdadeiro: se alguém quer muito ser o bispo na Igreja, está desejando um trabalho excelente. O bispo deve ser um homem que ninguém possa culpar de nada. Deve ter somente uma esposa, ser moderado, prudente e simples. Deve estar disposto a hospedar pessoas na sua casa e ter capacidade para ensinar. Não pode ser chegado ao vinho nem briguento, mas deve ser pacífico e calmo. Não deve amar o dinheiro. Deve ser um bom chefe da sua própria família e saber educar os filhos de maneira que eles lhe obedeçam com todo o respeito. Pois, se alguém não sabe governar a sua própria família, como poderá cuidar da Igreja de Deus? O bispo não deve ser alguém convertido há pouco tempo; se for, ele ficará cheio de orgulho e será condenado como o Diabo foi. É preciso que o bispo seja respeitado pelos de fora da Igreja, para que não fique desmoralizado e não caia na armadilha do Diabo” (I Timóteo 3:1-7).
Aí estão as características da pessoa ideal para dirigir, presidir, guiar, governar, conduzir, cuidar da Igreja de Deus. O que aparecer de diferente é obra do Diabo. Qualquer mudança que se faça à essas palavras de Deus, será considerada artimanha do Diabo. A Igreja de Deus deve ter à sua frente homens idôneos, perfeitos (não sem pecados) e obedientes, não às condições impostas por organizações humanas criadas para “facilitar” as coisas, mas obedientes aos ensinamentos bíblicos.
E o que a Igreja deve pregar, afinal? A prosperidade? A cura física? A mudança social e econômica? Certamente, o grande objetivo da presença da Igreja de Deus neste mundo conturbado e violento é mostrar o verdadeiro caminho da SALVAÇÃO.
Certa vez, liguei a televisão e, por coincidência, estava sendo apresentado um programa evangélico. Dei graças a Deus porque estava diante de um programa diferente daqueles que a televisão apresenta e que nada de bom e agradável espiritualmente nos oferece. O pregador fez oração, a igreja cantou hinos de louvor, foi feita a leitura bíblica e teve início a parte principal do programa: a pregação da palavra.
Fiquei impressionado ao notar que aquele pastor não falou, uma vez sequer em SALVAÇÃO. Durante todo o tempo da pregação, ele só se preocupou com uma palavra: CURA. Não levei muito a sério pois pensei que ele havia esquecido e que no próximo programa com certeza abordaria o tema mais importante: SALVAÇÃO.
Outros programa vieram e o pastor sempre preocupado com as curas. Falava de curas de dores no pescoço, nos braços, nas pernas, nas costas, na cabeça, na barriga. Era cura para todos os lados. Depois, como sempre, orava para que aqueles incômodos desaparecessem e pedia para que se manifestassem os que se haviam curado. Mais uma decepção. Tive vontade de ligar pedindo para que ele mudasse o tema da pregação e passasse a falar sobre a SALVAÇÃO, mas o programa era gravado.
Vejamos o que nos diz a Palavra do Senhor: “Pois esta é a ordem que o Senhor Deus deu a nós, o seu povo: Eu coloquei você como luz para os outros povos, a fim de que você leve a SALVAÇÃO ao mundo inteiro” (Atos 13:47).
Existe um versículo muito conhecido e por diversas vezes citado e que nos mostra a importância da SALVAÇÃO, citada como VIDA ETERNA: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a VIDA ETERNA” (João 3:16). Ele não fala “curas” e sim “vida eterna”, ou seja salvação. Logo, precisamos pregar sobre salvação, já que não adianta você ser curado de uma doença ou de um defeito físico, se sua alma não está preparada para a vinda do Filho de Deus.
Quando Jesus voltar, segundo a Palavra do Senhor, ele não vai olhar quem é defeituoso fisicamente ou quem está com problemas de saúde. Ele vai querer saber quem está espiritualmente preparado para a VIDA ETERNA. Vejamos o que nos diz o apóstolo Paulo em Efésios 10:14-17: “Portanto, estejam preparados. Usem a verdade como cinturão. Vistam-se com a couraça da justiça e calcem, como sapatos, a prontidão para anunciar a boa notícia de paz. E levem sempre a fé como escudo, para poderem se proteger de todos os dardos de fogo do Maligno. Recebam a SALVAÇÃO como capacete e a PALAVRA de Deus como a espada que o Espírito Santo lhes dá”.
É muito perigoso quando alguém coloca a cura como o centro de sua pregação. Isso me faz lembrar de uma igreja numa cidade do interior de Pernambuco. O pastor desta igreja passou a semana anunciando uma concentração evangelística numa determinada Praça da cidade. Ele anunciava que estaria curando enfermos e que quem tivesse de muletas se preparasse para jogá-las fora. Eu era gerente de uma emissora de rádio da cidade e levei um de meus funcionários para ser curado, atendendo a um pedido dele.
Foi uma verdadeira negação. Ninguém foi curado, a multidão que havia tomado toda a Praça saiu revoltada e muitos chegaram até a ensaiar uma vaia, mas se contiveram, talvez por respeito às outras igrejas da cidade. O templo daquela igreja fechou suas portas, os pastores foram embora envergonhados e ficou até difícil para outras igrejas pregarem o evangelho da SALVAÇÃO.
A grande verdade é que quem vai até essas igrejas em busca da cura material e não a consegue, não volta mais e, para essas pessoas, todas as igrejas passam a ser iguais: mentirosas e sem a mínima credibilidade. Aqueles que procuram uma igreja em busca de mudanças espirituais, ali permanecem pois esta mudança é sentida de imediato. Eu sou exemplo disso. Afastado do Caminho do Senhor, enveredei pelos caminhos torpes da vida. Certa noite, quando me preparava para suicidar-me, entrei numa igreja evangélica, onde tive um encontro com Cristo e passei a ter uma vida diferente. Eu era alcoólatra inveterado e fumava três carteiras de cigarros (Minister) por dia. Hoje, graças a este encontro com Cristo, sou uma nova criatura.
Existem igrejas que, a exemplo dos macumbeiros, usam peças de roupas das pessoas para, através delas, promoverem curas e outros milagres. Estes tipos de artifícios estão sendo levados para dentro de muitas igrejas que em nada se diferenciam dos terreiros e umbanda. Partindo para a Bíblia, nossa regra de fé e prática, vemos que em momento algum Jesus utilizou este tipo de expediente para realizar seus milagres. Logo, fazer uso de peças íntimas para operar milagres é obra do Diabo.
Outro comportamento criado pelo homem (não é ensinado pelo nosso Salvador) é a colocação de copos d’água sobre aparelhos de rádio ou televisão para alcançarmos as bênçãos Divinas. Estas são alcançadas através da fé em nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Esses rituais inventados pelos homens e seguidos por pessoas ingênuas, com certeza desagradam a Deus. As igrejas precisam tomar cuidado com certos tipos de heresias que, com certeza, comprometem a espiritualidade das pessoas.
Mas as atitudes anti-bíblicas não param por aí. Há igrejas que se preocupam em consagrar objetos, anunciando que eles podem mudar a vida das pessoas, tanto a espiritual como a material. O que tem de pastores pregando conquistas através de certos objetos previamente “consagrados”, é uma verdadeira festa. Isso é idolatria. É coisa do catolicismo. O que estas pessoas estão fazendo para serem diferentes? Se estão enchendo as igrejas de ídolos camuflados, como podem combater o comportamento da igreja de Roma?
Há pastores que anunciam quantos dias ficarão em jejum. Eles marcam o início e o fim do “sacrifício” e ainda dizem em favor de quem estão jejuando. O que a Bíblia nos orienta sobre o jejum? “Quando vocês jejuarem, não façam uma cara triste como fazem os hipócritas, pois eles fazem isso para todos saberem que eles estão jejuando. Eu afirmo a vocês que isso é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando jejuar, lave o rosto e penteie o cabelo para os outros não saberem que você está jejuando. E somente o seu Pai, que não pode ser visto, saberá que você está jejuando. E o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa” ( Mateus 6:16-18). O jejum, segundo a Bíblia, deve ser em segredo. Propagá-lo é contra os ensinamentos bíblicos.
Já ouvi por diversas vezes alguns pastores fazendo propagandas exageradas de suas igrejas, como se elas fossem casas comerciais. Veja um dos muitos textos comerciais de algumas igrejas “evangélicas”: “Se você tem problemas de saúde, se é infeliz no casamento, se sua vida financeira não está indo bem, venha para a igreja tal e todos os seus problemas serão solucionados. É aí que perguntamos: “Quando estas igrejas se conscientizarão de que sua grande missão na terra é pregar a SALVAÇÃO? Será que elas não sabem que Jesus veio para salvar os perdidos?”. Vejamos o que nos diz a Palavra do Senhor: “Então Jesus disse: Hoje a SALVAÇÃO entrou nesta casa, pois este homem também é descendente de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e SALVAR quem está perdido” (Lucas 19:9 e 10).
A grande verdade é que uma grande parte das igrejas evangélicas está preocupada com os problemas da carne, colocando em último plano os seus problemas espirituais. O que os pastores destas igrejas dirão quando Jesus voltar e perguntar o que eles fizeram pelas almas perdidas? Certamente responderão: “Oh, Senhor, em Teu nome expulsamos demônios, curamos muitos enfermos, fizemos vários tipos de milagres. Mas não tivemos tempo para falar da Salvação”. Sabem qual será a resposta de Jesus? “Afastem-se de mim, vocês que estão debaixo da maldição de Deus! Vão para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos!” (Mateus 25:41).
Há momentos em que algumas coisas devem ser evitadas pelos pastores. A cobrança dos dízimos, por exemplo, tem sido um sério problema para algumas igrejas. É que alguns pastores usam os Púlpitos para fazerem exortações sobre o dízimo, deixando os visitantes intrigados com esta atitude. Muitos deles ficam tão constrangidos que nem voltam mais àquela igreja. Outros nem querem mais saber de igrejas evangélicas. O Púlpito é lugar sagrado, onde se deve priorizar a pregação da Palavra de Deus. Se há necessidade de se falar sobre dízimos e ofertas, isso deve ser feito em reunião com os membros da igreja, sem a presença de “estranhos”, pois dizimar e ofertar são exclusividades dos membros da igreja.
Os rituais criados e vividos pela igreja católica sempre foram criticados por aqueles que têm a Bíblia como regra de fé e prática. Acender velas, por exemplo, é algo que a Bíblia não relata. Logo, é uma heresia da pior espécie, visto que, se temos Jesus Cristo como uma luz resplandecente que ilumina a nossa vida, não necessitamos de luz artificial fabricada pelas mãos do homem. “De novo Jesus começou a falar com eles (mestres da lei e fariseus) e disse: - Eu sou a luz do mundo; quem me segue nunca andará na escuridão, mas terá a luz da vida” (João 8:12).
Outra vez, falando a uma multidão, Jesus Cristo foi bem claro para aqueles que ainda procuram outro tipo de luz (velas, lanternas, holofotes, etc.): “Eu vim ao mundo como luz para que quem crê em mim não fique na escuridão” (João 12:46). Isso significa dizer que usar qualquer outro tipo de iluminaria com o objetivo de iluminar a vida espiritual, é um ato que vai de encontro aos ensinamentos de Jesus Cristo.
Se isto ainda não é suficiente para a sua compreensão ou se você ainda acha que estamos criando ensinamentos humanos, que tal esta mensagem bíblica, encontrada em I João 1:5-7: “A mensagem que Deus nos deu e que anunciamos a vocês é esta: Deus é luz, e não há nele nenhuma escuridão. Portanto, se dizemos que estamos unidos com Deus e ao mesmo tempo vivemos na escuridão, então estamos mentindo com palavras e ações. Porém, se vivemos na luz, como Deus está na luz, então estamos unidos uns com os outros, e o sangue de Jesus, o seu Filho, nos limpa de todo o pecado”.
Como servos do Senhor, andamos sempre na luz. O tempo das trevas já passou. Se somos novas criaturas por estarmos com Cristo, não há necessidade de recorrermos a certos rituais criados pelo homem, mesmo que isso venha a ser apenas uma simbologia. Afinal, como crentes que somos, não precisamos de certos artifícios que não se apresentam à luz da Bíblia. Vejamos, pois, o que nos diz I João 2:9-11: “Quem diz que vive na luz e odeia o seu irmão está na escuridão até agora. Quem ama o seu irmão vive na luz, e não há nessa pessoa nada que leve alguém a pecar. Mas quem odeia o seu irmão está na escuridão, anda nela e não sabe para onde está indo, porque a escuridão não deixa que essa pessoa enxergue”.
Atenção! Quando a Bíblia cita a palavra irmão, ela não está se referindo apenas ao nosso irmão na fé. Irmão é também o nosso pior inimigo. O assassino que tirou a vida de uma pessoa querida da nossa família, alguém que levantou contra você um falso testemunho, alguém que tirou de você um emprego milionário deixando-o na miséria financeira. E não adianta recorrer às velas ou às lanterninhas. A única solução é Jesus Cristo, a luz de verdade.
Infelizmente, encontramos igrejas evangélicas que em nada se diferenciam do catolicismo. A única diferença é que acendem lanterninhas ao invés de velas, embora o ritual seja o mesmo, mudando apenas de elementos. Absurdo ou não, isso acontece no nosso meio. Certamente Deus deve está de “queixo caído” diante desses que se dizem seus servos. Quantas lágrimas não estão sendo derramadas por Jesus Cristo ao testemunhar o comportamento de pessoas que afirmam e insistem em afirmar que estão transformadas pelo Espírito Santo.
Precisamos dar bons testemunhos e mostrar ao mundo que JESUS CRISTO É A LUZ DO MUNDO. Se assim não fizermos, com certeza, precisamos ser convertidos.

(A seguir, a Parte 06)

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