sábado, 21 de fevereiro de 2009

A Difícil Missão de... (livro) - Parte 09


AS ORAÇÕES

São muitos os que ainda perguntam por que orar, por quem orar, onde orar, como orar e quando orar. A partir de agora, tendo como motivo de inspiração a Bíblia Sagrada, vamos destacar este tema de grande e especial importância para a vida do servo do Senhor. Que tal começarmos com Mateus 26:41 “Vigiem e orem para que não sejam tentados. É fácil querer resistir à tentação; o difícil mesmo é conseguir” (conselho de Jesus Cristo).

OS MOTIVOS DA ORAÇÃO

Quando falamos em oração, estamos colocando em evidência um dos temas mais importantes para a vida de quem realmente pretende seguir a Cristo. O servo do Senhor não pode e nem deve viver sem orar. Resolvemos iniciar este bloco com um conselho do apóstolo Paulo, contido em Efésios 6:14-19: “Portanto, estejam preparados. Usem a verdade como cinturão. Vistam-se com a couraça da justiça e calcem, como sapatos, a prontidão para anunciar a boa notícia da paz. E levem sempre a fé como escudo, para poderem se proteger de todos os dardos de fogo do Maligno. Recebam a salvação como capacete e a palavra de Deus como a espada que o Espírito Santo lhes dá. Façam tudo isso orando a Deus e pedindo a ajuda dele. Orem sempre, guiados pelo Espírito de Deus. Fiquem alertas. Não desanimem e orem sempre por todo o povo de Deus. E orem também por mim, a fim de que Deus me dê a mensagem certa para que, quando eu falar, fale com coragem e torne conhecido o segredo do evangelho”.
Fiz questão de sublinhar os versículos 18 e 19 para mostrar a importância da oração. O próprio apóstolo Paulo, um homem escolhido e abençoado por Deus, nos mostra o quanto ele precisou de orações para conseguir fazer a obra do Senhor com perfeição. Mesmo tendo a certeza de que Deus estava com ele em toda a sua vida missionária, Paulo pediu as orações dos seus irmãos da igreja de Éfeso.

POR QUE ORAR?

Nós oramos porque temos a certeza de que, orando, Deus perdoará os nossos pecados e nos fará pessoas vitoriosas. “Então, se o meu povo, que pertence somente a mim, se arrepender, abandonar os seus pecados e orar a Mim, Eu os ouvirei do céu, perdoarei os seus pecados e farei o país progredir de novo”. Além disso, quando oramos, nosso Pai que está no céu nos escuta com atenção, o que não deixa de ser uma honra para nós, como seus filhos amados. “Escutarei com atenção as orações que forem feitas neste Templo, pois é o Templo que escolhi e separei para ser o lugar onde deverei ser adorado para sempre. Eu tomarei conta dele e sempre o protegerei”. Esta certeza que Deus colocou diante de Salomão, deve servir de estímulo para todos nós.
Nós oramos porque se assim não fizermos, com certeza estaremos pecando contra o Senhor, como nos diz Samuel, rei de Israel: “Quanto a mim, não deixarei de orar por vocês, pois do contrário estaria pecando contra o Senhor. E eu lhes ensinarei o caminho bom e direito”.
Oramos ao Senhor porque Ele salvará a pessoa por quem estivermos intercedendo, e perdoará os pecados por ela cometidos. Além disso, a oração nos aproxima de Deus, nos deixa aliviados, confiantes e faz com que sejamos mais íntimos com Deus, o nosso Pai amado. Por isso, é bom estarmos sempre conversando com Ele, independente das circunstâncias que vivemos no momento da oração.

PARA QUE ORAR?

Nós oramos para pedirmos a Deus o que desejamos e para agradecer-Lhe por tudo que Ele nos tem concedido, pela sua infinita bondade e pela Sua misericórdia. Oramos para que Deus nos alivie nos momentos de aflição e nos acuda nas horas de tristeza. “Ó Senhor, ouve a minha oração e escuta o meu grito pedindo socorro! Não Te escondas de mim quando estou aflito. Ouve-me quando eu Te chamar e responde depressa (Salmo 102:1 e 2). Aí está uma das orações do rei Davi. Trata-se de uma súplica de um homem aflito.
Nós oramos também para que possamos estar prontos para enfrentarmos as investidas do inimigo e para que o Espírito Santo do Senhor esteja sempre presente em nossas vidas. Oramos para que possamos suportar tudo que venha a ser lançado contra nós. O certo é que sempre há um motivo para conversarmos com o nosso Deus.
Há pessoas que só oram ao Senhor para pedir bênçãos; só lembram que Deus existe para pedir um emprego, a cura de uma doença, um carro novo ou coisas que venham satisfazer suas vaidades. Poucos são aqueles que oram para agradecerem ao Senhor pelas bênçãos recebidas.

QUANDO ORAR?

Não há um momento pré-determinado para orarmos. Se possível, devemos usar todo o nosso tempo em oração. Quanto mais orarmos melhor será para o nosso fortalecimento espiritual. “Assim nós poderemos continuar usando todo o nosso tempo na oração e no trabalho de anunciar a palavra de Deus” (Atos 6:4). Os apóstolos estavam sobrecarregados e resolveram escolher sete homens cheios do Espírito Santo para ajudarem nas tarefas diárias da igreja. Assim, eles poderiam dedicar mais tempo na oração.
Devemos orar nos momentos de sofrimento, com humildade e arrependimento “No seu sofrimento Manassés orou com fervor ao Senhor, seu Deus; cheio de humildade, ele se arrependeu diante do Deus dos seus antepassados. Deus ouviu a sua oração e atendeu o seu pedido, deixando que ele voltasse para Jerusalém e fosse rei de novo. Aí Manassés declarou que o Senhor é Deus”. Veja que Manassés, que havia governado 56 anos em Jerusalém, havia pecado contra Deus ao construir altares para adoração do deus Baal. Embora Deus tenha falado a ele e ao seu povo, eles não deram a mínima atenção às palavras do Senhor. Depois, arrependido, orou ao Senhor e alcançou a vitória.
Nossas orações devem ser feitas desde o início do dia até o cair da noite, assim como fez o salmista “De manhã, ao meio-dia e de noite, eu choro e me queixo, e Ele me ouve” (Salmo 55:17). O rei Davi, quando estava para ser atacado por seus inimigos, orou ao Senhor seu Deus, depositando nele toda a sua confiança. Veja que demonstração de desespero: “Ó Deus, salva-me pelo Teu poder! Livra-me com a Tua força. Ouve, ó Deus, a minha oração! Escuta as minhas palavras.” (Salmo 54:1 e 2).
Mas a necessidade de oração não é algo restrito aos pecadores. Houve momentos em que Jesus Cristo precisou orar, inclusive numa ocasião de muita aflição: “Cheio de uma grande aflição, Jesus orava com mais força ainda. O seu suor era como gotas de sangue caindo no chão.” (Lucas 22:44). No monte das Oliveiras, deixando seus discípulos num determinado lugar, Jesus Cristo fez ver ao Pai que já não agüentava tanto sofrimento. Estava chegando o momento de ser entregue aos soldados, depois de Ter sido traído por Judas Escariotes.
O apóstolo Paulo, Em sua Primeira Carta aos Tessalonicenses, orienta-nos sobre a necessidade de orarmos sempre “Estejam sempre alegres, orem sempre e sejam agradecidos a Deus em todas as ocasiões. Isso é o que Deus quer de vocês por estarem unidos com Cristo Jesus. Não atrapalhem o Espírito Santo”. Vejam bem que Paulo faz uma ressalva ao dizer “Estejam sempre alegres”, numa prova de que o servo de Deus não tem motivos para estarem tristes. Ao mesmo tempo, ele nos manda examinar tudo e ficarmos apenas com o que é bom, desprezando o que não presta.

ONDE ORAR?

Da mesma forma que não existe uma determinada ocasião para orar, também não há um lugar preestabelecido para conversarmos com Deus. Podemos orar caminhando pelas ruas, dirigindo um carro, ou pedalando uma bicicleta; podemos orar no trabalho, na escola, viajando e até mesmo no banheiro. Orar é conversar com Deus e, como Ele está em todos os lugares e em todos os momentos, podemos dialogar com Ele sempre que quisermos.
Jesus Cristo orou no monte “Naquela ocasião Jesus subiu um monte para orar e passou a noite orando a Deus” (Lucas 6:12), e orou diante do túmulo de Lázaro, antes de ressuscitá-lo: “Então tiraram a pedra, Jesus olhou para o céu e disse: - Pai, eu te agradeço porque me ouviste. Eu sei que sempre me ouves; mas Eu estou dizendo isso por causa de toda essa gente que está aqui, para que eles creiam que Tu me enviaste” (João 11:41 e 42).
Por ocasião do sermão do monte, Jesus Cristo fez uma advertência àqueles que oram para serem vistos pelos outros, como faziam os hipócritas nas sinagogas e nas esquinas: “Quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas para serem vistos pelos outros. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando orar, vá para o seu quarto, feche a porta e orem ao seu Pai, que não pode ser visto. E o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa”. Isso quer dizer que, ao orarmos ao Senhor, devemos fazê-lo sem nos preocuparmos em mostrar aos outros o que estamos fazendo; que não estamos orando para satisfazermos às pessoas que nos cercam, mas colocarmos diante do Senhor as nossa necessidades e os nossos agradecimentos.
Escrevendo a Timóteo, seu verdadeiro filho na fé, o apóstolo Paulo disse que era desejo seu que os homens orassem em todos os lugares, sem ódio e sem brigas: “Quero que em todos os lugares os homens orem, homens dedicados a Deus; e que, ao orarem, eles levantem as mãos, sem ódio e sem brigas”(I Timóteo 2:8)

POR QUEM ORAR?

É costume nosso orarmos pelos nossos irmãos em Cristo, por aqueles a quem amamos e, principalmente pelos que nos fizeram ou nos fazem alguns favores. Isso é ótimo e até cômodo. Mas quando alguém nos diz que devemos orar também pelos nossos inimigos, nossa reação não é nada agradável. Para sabermos por quem devemos orar, nada melhor do que recorrermos à Bíblia, fonte incontestável de verdades.
Enquanto o apóstolo Pedro estava preso por seguir a Cristo, a igreja orava por ele com fervor: “Depois que prendeu Pedro, Herodes o colocou na cadeia e pôs quatro grupos de soldados, com quatro em cada grupo, para guardá-lo. É que Herodes queria apresentá-lo ao povo depois do dia da Páscoa. E assim Pedro estava preso e era vigiado pelos guardas; mas a igreja continuava a orar com fervor por ele.” (Atos 12:4 e 5).E foi justamente graças às orações de seus irmãos em Cristo, que Pedro foi libertado por um anjo do Senhor (Atos 12: 6-11).
Epafras, um servo de Deus, orava sempre com fervor, pela firmeza espiritual de seus irmãos na fé, conforme podemos ver em Colossenses 4:12 “Epafras, outro que é da igreja de vocês e é servo de Cristo Jesus, também manda saudações. Ele sempre ora com fervor por vocês. Ele pede a Deus que faça com que vocês sejam sempre firmes, espiritualmente maduros e prontos para cumprir tudo o que Deus quer”. Veja que a preocupação de Epafras não era conseguir riquezas materiais mas, manter seus irmãos firmes espiritualmente e prontos para fazer coisas agradáveis aos olhos de Deus.
Quantas vezes temos orado por nós mesmos, pelos nossos interesses pessoais, enquanto milhares de irmãos em Cristo e até pessoas que precisam conhecer a Verdade, estão necessitando de nossas orações. Tiago, outro servo fiel de Deus, mandou que orássemos uns pelos outros “Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e façam orações uns pelos outros, para que vocês sejam curados. A oração de uma pessoa obediente a Deus tem muito poder” (Tiago 5:16).
Certa vez, ao proferir o sermão do monte, bastante conhecido entre nós, Jesus Cristo mandou que amássemos os nossos inimigos e que orássemos por aqueles que nos perseguem: “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame os seus amigos e odeie os seus inimigos’. Mas Eu lhes digo: amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês, para que vocês se tornem filhos do Pai de vocês, que está no céu. Porque Ele faz com que o sol brilhe sobre os bons e sobre os maus e dá chuvas tanto para os que fazem o bem como para os que fazem o mal” (Mateus 5:44 e 45). Orar pelos nossos inimigos! Como é difícil seguir a Cristo, heim!!!

COMO ORAR?

Algumas pessoas acham que suas orações só serão ouvidas se foram feitas na base da gritaria, do choro e de movimentos corporais exagerados. Ora, se o nosso Deus é Onisciente, Onipotente e Onipresente, Ele, com certeza, nos ouvirá quando orarmos silenciosamente. O importante não é o volume da voz, mas a oração sincera.
O apóstolo Paulo diz que devemos orar com alegria “E todas as vezes que oro em favor de vocês, oro com alegria por causa da maneira como vocês me ajudaram no trabalho de anunciar o Evangelho, desde o primeiro dia até hoje” (Filipenses 1:4 e 5). Tem gente que ora com tanta tristeza que chegam a transformar um culto alegre num verdadeiro “funeral”. Muitas vezes a igreja está entoando hinos com tanta alegria, aí aparece alguém para orar e se comporta como se estivesse na maior infelicidade de sua vida, chegando a contagiar toda a igreja.
Devemos orar com fervor, ou seja, com muita devoção, com dedicação, com convicção, com muita fé. Devemos orar como o fez o profeta Elias: “O profeta Elias era um ser humano como nós. Ele orou com fervor para que não chovesse, e durante três anos e meio não choveu sobre a terra. Depois orou outra vez, e então choveu, e a terra deu a sua colheita” (Tiago 5:17 e 18).
O certo, meus amados irmãos e diletos amigos, é que precisamos estar vigilantes contra as ciladas do Diabo que são muitas e vivem nos perseguindo dioturnamente. O próprio Jesus Cristo, quando se encontrava com seus discípulos no jardim do Getsêmani, fez-lhes uma advertência que deve servir para todos nós: “Vigiem e orem para que não sejam tentados. É fácil querer resistir à tentação; o difícil mesmo é conseguir” (Mateus 26:41). O servo do Senhor é alvo de muitas provações, em sua grande maioria irresistíveis. Somente com muita oração e vigilância, seremos capazes de vencê-las.
Muitas pessoas que freqüentam assiduamente as igrejas ficam desesperadas por não terem suas orações atendidas. Ora, se isso acontece, alguma coisa está errada. Então, vamos para a Bíblia, pois contra ela não há argumentos. Vejamos o que nos diz a Palavra do Senhor: “Quando vocês levantarem as mãos para orar, eu não olharei para vocês. Ainda que orem muito, eu não os ouvirei, pois os crimes mancharam as mãos de vocês. Lavem-se e purifiquem-se! Não quero mais ver as suas maldades! Parem de fazer o que é mal...” (Isaias 1:15 e 16). Aqui, o profeta transmite uma das muitas mensagens dadas a ele por Deus. Está muito claro que de nada adianta orarmos, mesmo insistentemente, se estamos praticando coisas más. Se não estivermos purificados e lavados pelo sangue do Cordeiro, nossas orações não ultrapassam o teto de nossa casa.
Conheço pessoas que estão presentes aos cultos de orações promovidos por suas igrejas, fazem orações fervorosas, derramam rios de lágrimas, mas o coração é maldoso e perverso, guardando ira dos próprios irmãos em Cristo. São daqueles tipos que, ao verem determinados irmãos, viram o rosto, como se tivessem visto o diabo.
Esse é o tipo de crente mentiroso, cujo destino será triste, conforme nos diz a Bíblia Sagrada. Essas pessoas deveriam se afastar da igreja, pois estão contaminando a Casa do Senhor com a sua ira, ou então pedir ao Espírito Santo que transforme a sua vida, convertendo-a de fato. As orações dessas pessoas não têm respostas de Deus. São orações inúteis, como inútil é a sua própria vida cristã.

(Aguarde a Parte 10)

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