quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

"Deusas" prostitutas (poesia)

“DEUSAS” PROSTITUTAS

Oh, “deusas” deprimentes, sem passado
Que à noite perambulam pelas ruas,
Elegantes, perfumadas e nuas,
O que achais desse mundo desgraçado?
Pra que serve ter um corpo atraente,
Desfilar provocando alaridos,
Se deveras vossos brios são feridos
Por julgarem vossos atos indecentes?
Essas “deusas”, prostitutas, sem guarida,
Espancadas, humilhadas, sem pudor,
São mulheres mas ninguém lhes dá valor
Por não terem vida dentro da vida.
Onde está a pureza de outrora,
E os beijos recebidos dos pais?
Por que hoje são manchetes de jornais,
Quando ontem as chamavam senhora?
Oh, “deusas” infelizes, sem presente,
Por que chorais ao lembrardes o passado,
Se alugais este corpo desgraçado
Ao primeiro que chegar à vossa frente?
Que conselhos serão dados a vossos filhos,
Para eles não seguirem maus caminhos?
Como podem receber vossos carinhos,
Se trepidam nesses olhos já sem brilhos?
Oh, “deusas”, sem passado, sem presente,
É com pena que vos rendo homenagem,
Pedindo a Deus que vos cubra de coragem
Para terdes um futuro mais decente.

(Adalberto Claudino Pereira)

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