segunda-feira, 2 de março de 2009

DE VOLTA A PATOS



DE VOLTA A PATOS

Saiba um pouco da minha vida em Patos (Parte 3)

No ano de 1990, eu estava na rádio Arco-Iris de Araripina, onde assumira a Direção de Rádio Jornalismo a convite de Normando Sóracles Gonçalves, sócio daquela emissora. Orgulha-me dizer que fui, depois do proprietário, é claro, o primeiro funcionário da Arco-Iris, acompanhando a sua instalação no local chamado "calçadão".
Certo dia, fui chamado ao telefone e qual não foi a minha surpresa, ao saber que era meu amigo Pedro Oliveira (Pedro Pedra), que me convidava para assumir a Direção de Jornalismo da Rádio Itatiunga de Patos, de propriedade do então Deputado Edvaldo Motta.
Fui até Patos para acompanhar de perto as instalações do meu local de trabalho e tive a oportunidade de opinar para que pudesse realizar os meus trabalhos num local agradável, segundo as minhas exigências. Por sinal, esta foi uma sugestão do próprio Pedro Oliveira.
Seria mentira dizer que não fiquei feliz. Afinal, ali estava uma oportunidade de voltar à cidade do meu coração: Patos das Espinharas. Minha resposta foi rápida: ACEITO! Mas eu precisava terminar um trabalho que havia começado: a publicação de um jornal destacando a administração do prefeito Waldemir Batista (Dr. Mimi).
Concluídos os trabalhos, depois de uma semana na Capital pernambucana, onde o jornal foi impresso, restava fazer o motor do meu fusquinha (apelidado depois de "duro na queda", pelos colegas de rádio), para chegar até Patos. A inauguração da Rádio Itatiunga (1990) estava muito próxima e eu não teria tempo de estar presente, o que só me foi possível dois dias depois (perdi a festa).
Foi um período maravilhoso e que me deu novas oportunidades para mostrar o meu talento. Em conversa com o Pedro Oliveira, sugeri convidar o amigo Souza Irmão para apresentar o Jornal Itatiunga comigo. Concorrer com o Jornal Comunicação Total, da Rádio Espinharas, era um dos maiores desafios de minha carreira.
Com o Souza Irmão como parceiro, a audiência começou a incomodar o colega e saudoso Edleuson Franco que, em conversa comigo, sugeriu uma mudança no horário dos jornais. O nosso, que era apresentado ao meio-dia, passou para meio-dia e meia. É assim que se faz rádio: cada um ocupando o seu espaço, sem a intenção de prejudicar os colegas. Nosso índice de audiência era algo extraordinário.
Conversei com a direção da emissora e, juntos, optamos por apresentar aos sábados, do meio-dia às 13:00, um programa de entrevista. Gravávamos às 09:00 e a entrevista ia ao ar ainda “quentinha”. Cada sábado, uma autoridade era focalizada, numa entrevista séria e imparcial.
A Rádio Itatiunga tinha uma equipe de luxo: Nestor de Alcântara Gondim, José Augusto Longo da Silva, Virgílio Trindade Monteiro, Adalberto Pereira, além da capacidade administrativa de Pedro Oliveira. Era de causar inveja a qualquer uma das chamadas “grandes emissoras” da Paraíba. Outro ponto de destaque era a equipe de apresentadores e operadores, homens e mulheres competentes e muito bem orientados pela equipe que formava a “linha de frente” da emissora.
Lembro que, depois das apresentações dos jornais, que eram gravados em casa, por Louraci Freitas, esposa do Souza, nós ouvíamos todo o jornal para fazermos nossas críticas e corrigirmos os erros (eu era hóspede do Souza e da Loura). Assim, a cada dia as nossas apresentações ficavam mais perfeitas. Souza Irmão tinha uma das vozes mais perfeitas do rádio local, com uma dicção incorrigível.
Orgulho-me em poder dizer que, durante o tempo em que residi e trabalhei em Patos, sempre lutei de forma incansável para manter unidos os profissionais da imprensa escrita e falada (Rádios Espinharas, Panati e Itatiunga; Jornais O Norte, Correio da Paraíba, A União e Diário da Borborema), além dos colegas dos Correios e Telégrafos e da TELPA – Telecomunicações da Paraíba.
Na mesma época em que estava na Itatiunga, fui convidado pelo colega José Augusto Longo da Silva para participar como colaborador da revista “O Nosso Recado”, de sua propriedade. Aceitei com muito orgulho. Afinal, ser chamado por José Augusto Longo era, antes de mais nada, uma prova de que a pessoa tinha mesmo competência. Além disso, ali estavam profissionais incomparáveis, entre eles, Virgílio Trindade, Francisco Trindade, Nestor Gondim e o próprio José Augusto Longo. Fiz muitas entrevistas e escrevi muitos artigos para “O Nosso Recado”.
Com muita alegria e sem nenhum constrangimento, quero aqui citar dois nomes que serão imortalizados no mundo artístico de Patos: AMAURY FRANCISCO DE CARVALHO e CÂNDIDA MARIA, as vozes mais lindas que eu ouvi enquanto vivi em Patos. Também não podemos esquecer os grandes encontros no Patos Tênis Clube, no Comercial Campestre Clube e os grandes festivais, onde novos talentos eram descobertos.
Com saudades, relembro grandes momentos com os conjuntos “Os Jovens” e “Z-7”; com a filarmônica 26 de Julho sob a batuta do maestro Hermes Brandão; do grupo de seresteiros composto por cantores como Tatinha, Agnaldo Xavier, Toró, Vavá Brandão, Amaury de Carvalho, Antônio de Pádua, Aloísio Araújo, Virgílio Trindade, Antônio Moreno, Antônio Emiliano, Toinho do bandolim, Waldemar do pandeiro, e outros (não importa que já os tenha citado em outras ocasiões).
TUDO ISSO É UM POUCO DA MINHA VIDA NESTA CIDADE QUE CONSEGUE, EM SUA SIMPLICIDADE, CONQUISTAR CORAÇÕES. TEVE MUITAS RAZÕES AMAURY DE CARVALHO QUANDO GRITOU AOS QUATRO CANTOS DESTE IMENSO PAÍS: PATOS, TE AMO PATOS.

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