sexta-feira, 27 de março de 2009
AMIGOS PARA GUARDAR NO CORAÇÃO
AMIGOS PARA GUARDAR NO CORAÇÃO
É impossível esquecer os grandes amigos, principalmente quando deles só nos restam as saudades. Assim acontece com pessoas especiais que, mesmo separados pela distância eterna, ainda são guardadas como grandes relíquias.
Quando cheguei em Patos para fixar residência, no ano de 1961, não esperava construir um círculo de amizade tão compacto. Hoje, amanheci com o desejo incontido e incontrolável de homenagear pessoas distintas, todas elas com um significado especial para mim.
Eles já se foram. Estão vivendo uma nova vida num lugar que só compete a Deus determinar. Com saudades, fico muito à vontade para citá-los com letras maiúsculas: EDLEUSON FRANCO DE MEDEIROS, AMAURY FRANCISCO DE CARVALHO, VIRGÍLIO TRINDADE MONTEIRO, ALOISIO ARAÚJO, BATISTA LEITÃO, JUAREZ ÂNGELO DE FARIAS, ROBERTO FERNANDES (Jabiraca), ODÍSIA WANDERLEY, ARTUR DIONÍSIO, LUIZ PEREIRA, FRANCISCO TOMAZ DE BRITO, JOACIL PEREIRA MARTINS, Dr. OTÁVIO PIRES DE LACERDA, LUIZ FRAGOSO, INÁCIO BENTO DA SILVA. Cap. CLEMENTINO, MAESTRO HERMES BRANDÃO, AGNALDO SÁTIRO XAVIER.
Muitos amigos especiais ainda estão conosco, todos eles de uma importância ímpar. Entre eles estão JOSÉ DO BONFIM, LILA (do Bar Fluminense), VALDEMAR FLORENTINO DE SOUZA IRMÃO, LOURACI FREITAS, OTÁVIO LEITE, JOSÉ AUGUSTO LONGO DA SILVA, JOSÉ AUGUSTO DA COSTA NÓBREGA, JOSÉ WILSON (Genro de Zezinho Pintor), SEVERINO QUIRINO, ORLANDO XAVIER, VALDEMAR TUDE, VALDEMAR RUI, NESTOR GONDIM, LUIZ CAMURÇA FILHO, PATRÍCIO NETO (Patrisson),PEDRO OLIVEIRA, JUARACY DANTAS DE SOUZA, DEDÉ SANTANA, ANTONIO VIEIRA, JOSÉ MARIA, PETRÔNIO GOUVEIA, FRANCISCO AUGUSTO DA COSTA NÓBREGA, ALMIR DO CINEMA, ALARCON MESSIAS LEITÃO, SEBASTIÃO FIRMINO (Bastinho), SILVANETO FIRMINO (Neto Bocão), Dr. EDMILSON FERNANDES MOTTA, VEREADOR FRANCISCO ANTÕNIO DE MARIA (Chico Bocão).
Mas não poderia deixar de descrever fatos inesquecíveis, a começar por um acontecimento digno de um registro singular.
No ano de 1989, fui convidado pelo amigo Pedro Oliveira Alves para assumir a direção do Departamento de Jornalismo da Rádio Itatiunga, que seria inaugurada na cidade de Patos. Para mim foi um a grata surpresa ser lembrado, sabendo que ali havia dezenas de jornalistas tão competentes quanto eu.
Uma convocação de Patos era mais do que uma intimação judicial. Logo, não havia motivos para dizer “não”. Voltar para Patos sempre fora um grande sonho. Afinal, foi lá que recebi o título de Cidadão Patoense, num reconhecimento da Câmara de Vereadores aos trabalhos por mim realizados na região das Espinharas.
Pois bem! Cheguei um dia depois da inauguração da nova emissora e fui direto para o Dormitório do Josa, onde me acomodei num quarto simples, daqueles que ninguém se atreveria ficar. Meu pensamento era procurar, no dia seguinte, um lugar mais aconchegante. Nem foi preciso!
Antes mesmo de me acomodar, recebi a visita do amigo Souza Irmão. Lembro de suas palavras: “Você não vai ficar aqui nem mais um minuto! Vamos lá para casa! Já falei com Loura e preparamos um lugar para você lá em casa. Vamos! Pegue suas coisas!”. O que fazer num momento como aquele? Escondi o rosto, pois não queria que meu amigo visse as lágrimas que rolavam no meu rosto.
E foi o próprio Souza que, sem esperar um segundo, pegou minhas bagagens e as colocou no seu carro. Entreguei a chave do “apartamento” ao Josa e fui para a residência do Souza e da Loura, onde fiquei por quase seis meses, sempre usufruindo de todas as mordomias. Ali, fui tratado como um príncipe. Que nota você daria a esse casal? Dez!!! Dez é uma nota mínima, considerando-se o valor do casal.
Minha amizade com o Souza teve início na década de 70, quando eu retornei à Rádio Espinharas de Patos (1973), onde eu havia trabalhado de 1962 a 64, ainda na gestão de Maurício Leite. Foi uma amizade firme que se estendeu até Louraci Pereira de Freitas, uma jovem que também integrava o quadro funcional da emissora e que se tornara namorada do Valdemar Florentino de Souza Irmão.
Meus laços de amizade com a família Souza se estenderia do Dr. Waldemar Florentino (o pai), envolvendo Valdemar Florentino de Souza Filho, Valdemar Rui de Souza e Waldemar Tude, todos irmãos do Souza Irmão. Era difícil e até impossível escolher o melhor deles. Era uma família extraordinária que somou toda a sua bondade com os familiares da Louraci, de quem também fiquei amigo.
O que fazer para retribuir tudo isso? Todo o dinheiro do mundo não seria capaz de pagar tamanha gentileza. E o pior estava no fato de não aceitarem nada em troca. Foram momentos de muitas felicidades ao lado do Souza Irmão, da Louraci Freitas e dos ainda pequenos Luiz Gustavo e Arthur Enrique. Dias que se tornaram inesquecíveis.
Eu apresentava o jornal falado na rádio Itatiunga e sentia que as coisas não caminhavam às mil maravilhas. Tínhamos na Rádio Espinharas uma forte concorrente. Nosso jornal estava em segundo lugar em termos de audiência. Foi aí que me veio a idéia de falar com o Pedro Oliveira para convidar o Souza a apresentar o jornal comigo. Pedrinho autorizou mas fez um comentário um tanto pessimista: “Souza agora é doutor! Eu acho que ele não vai se passar para isso! Mas, vale a pena tentar!”.
Fiquei meio temeroso, mas a intimidade com o Souza deixou-me à vontade para arriscar o convite. Seria uma forma de retribuir o que ele fazia por mim. O convite foi feito e aceito, embora ele tivesse vacilado um pouco, afirmando que fazia muito tempo que não falava em microfone. E lá fomos nós. O resultado foi extraordinário: nosso jornal passou a liderar, ao ponto do Edleuson Franco sugerir uma mudança de horário para não chocar com o Comunicação Total, da rádio Espinharas.
Parece até que tudo isso contribuiu para aumentar ainda mais a nossa amizade. Era uma convivência invejável. Eu me sentia à vontade ao lado de pessoas tão especiais. Souza Irmão é um homem de caráter inabalável. É difícil conceituá-lo, pelo cidadão que é, um exemplo de esposo, de pai, de avô, de sogro, de amigo. Um profissional incomparável. Como é bom e maravilhoso ter amigos assim!
Foi desta forma que encontrei mais uma forma de exteriorizar tudo aquilo que sinto por este casal que, sem visar retribuições, sente-se feliz em fazer o bem, sempre com aquele jeito agradável de receber as pessoas. Alegra-me ter-me tornado amigo do filho Luiz Gustavo, da nora Luana Cristina e do netinho Luiz Gustavo Filho. Felizes aqueles que fazem amigos verdadeiros. Eu sou feliz!
ADALBERTO CLAUDINO PEREIRA
(28/03/2009)
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