quinta-feira, 23 de julho de 2009

MEDICINA EM FOCO - PARTE 4 - A MALÁRIA

FÊMEA DO MOSQUITO ANOPHELES, TRANSMISSOR DA MALÁRIA, ALIMENTANDO-SE DO SANGUE HUMANO.

A MALÁRIA

A Malária é uma doença parasitária, que está inclusa entre as chamadas moléstias tropicais. Ela é também conhecida como FEBRE PALUSTRE, SEZÃO, MALEITA e IMPALUDISMO. Muitas medidas de saneamento e modernos medicamentos fazem parte das campanhas desenvolvidas para evitar a sua proliferação, principalmente no Brasil, onde grande parte do seu território é afetada pela doença. Na década de 70, o Brasil chegou a ocupar o terceiro lugar em volume de população exposta à transmissão da doença.

A Malária é transmitida pelo mosquito ANÓFELES, mas nem toda pessoa picada por ele contrai a moléstia. Isto porque o organismo humano apresenta uma resistência natural capaz de destruir este parasita e até mesmo o seu desenvolvimento. Um dos mecanismos de resistência à ação do mosquito infectado é a presença de hemoglobinas anormais, que leva os pacientes a resistir com facilidade ao ataque dos plasmódios, caso a vida média da hemácia (célula vermelha do sangue) não seja suficientemente longa para permitir a evolução dos invasores do sangue.

Quando a malária provém da ratos, sua proteção é feita através de uma dieta só de leite, já que este não contém ácido paraminobenzóico, ums substância essencial ao parasita do roedor. Geralmente, a resistência ao parasita vem pela produção de anticorpos que se inicia e se intensifica com a infecção.

ATENÇÃO! Quando o sistema de defesa do organismo não funciona a contento, a doença se agrava, levando o paciente à uma anemia profunda e, às vezes, até a morte. Quando o organismo se expõe à contaminação frequente, pode desenvolver sua melhor defesa contra o parasita de forma expontânea.

OS SINTOMAS

São vários os sinais que identificam a presença da doença nas pessoas infectadas pelos plasmódios. Os parasitas penetram no sangue, invadem e destroem as hemácias que lhes serviram de suporte e alimento. A febre é um dos sinais mais característicos da malária. Afirma-se que ela pode ser o indício do fim de um processo sincronizado de auto-reprodução de inúmeros microrganismos infectantes. É aí que o parasitas deixam no sangue o resto das hemácias já destruídas e parte de seu próprio citoplasma, não utilizado na formação dos parasitas-filhos.

Vale salientar que a anemia é um dos efeitos mais nocivos e evidentes da malária. Sintomas como desânimo, cansaço, palpitação e falta de ar, são consequências da anemia. No entanto, estes não se apresentam como sinais mais graves. Na malária, provocada pelo PLASMODIUM FALCIPARUM, as hemácias parasitas tornam-se aderentes e tendem a se juntarem em grupos. Frequentemente elas se prendem à parede dos vasos, mas também se acumulam nos capilares, chegando a entupir a circulação nesse local.

O acúmulo de hemácias provoca o entupimento vascular. É aí que ocorre a TROMBOSE. Quando isso ocorre nos capilares do cérebro, bem como de outros órgãos a qualquer deficiência na circulação, o problema se agrava : o tecido asfixia-se por falta de oxigênio e morre. A malária cerebral apresenta como sintomas principais, intensas dores de cabeça, vômitos, perturbações sensoriais, rigidez da nuca e sonolência alternada com excitação. Os estados mais grfaves provocam delírio, convulsões e coma.

QUADRO CLÍNICO

A malária se instala normalmente de forma súbita e os primeiros acessos febris aparecem em intervalos regulares de 48 a 72 horas, mas pode variar conforme a espécie do plasmódio parasita. De um modo geral, a febre é alta, chegando a 40ºC. Inicialmente a pessoa sente calafrio intenso, treme bastante e exige cobertores pesados. Depois de uma hora, sente um calor intenso e começa a transpirar. Com a diminuição da temperatura, provocada pela suderose, o paciente vive momentos de alívio e sua recuperação é imediata. Ele é capaz de voltar ao trabalho, embora sentindo uma certa fraqueza.

Somente depois de um diagnóstico preciso é que pode haver o tratamento do paciente. O médico, além de conhecer os sintomas da malária, deve também saber se o seu paciente viveu em região contaminada. Exames de laboratórios devem ser realizados para que se possa comprovar o contágio. Basta uma gota de sangue retirada da ponta da orelha, do dedo ou da veia do antebraço para a realização desses exames.

AS ESPÉCIES

Três dos diferentes tipos de plasmódio já registrados no continente, estão presentes nas Américas. São eles : o PLASMODIUM VIVAX, o PLASMODIUM FALCIPARUM e o PLASMODIUM MALARIAE. A diferença fundamental entre eles é o tempo que os mesmos gastam para a complementação de seus ciclos evolutivos. Há casos em que o grau de nocividade do parasita é levado em conta para a separação das espécies.

O PLASMODIUM VIVAX leva 48 horas para que seu ciclo evolutivo se complete. A febre aparece no momento em que as hemácias se rompem a fim de liberar os parasitas filhos, dependendo, para isso, de pelo menos 5 horas.

O PLASMODIUM FALCIPARUM provoca uma malária mais grave por apresentar complicações nervosas. Por isso, se não for tratada com urgência, pode levar a pessoa à morte em pouquíssimo tempo.

O PLASMODIUM MALARIAE apresenta um ciclo evolutivo caracterizado por aparecimento de febre no primeiro e no quarto dias da enfermidade. Esse ciclo evolutivo se repete a cada 72 horas.

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