O COELHO E OS PORCOS
Era uma vez um coelhinho muito querido. Seus pelos eram alvos como a neve. Por isso, as pessoas gostavam de vê-lo passeando pelas redondezas. Alguém tentou homenageá-lo com um nome que se identificasse bem com o seu jeito agradável e simpático. Foi-lhe dado o nome de Pitty.
Na mesma região havia uma pocilga, constantemente freqüentada por três porcos malvados, sujos e fedorentos. Por onde eles passavam as pessoas viravam os rostos, em sinal de repúdio àqueles elementos que só causavam fedentina.
Todas as vezes que o coelhinho Pitty passava ao lado da pocilga, residência oficial dos três porcos, era xingado de todas as formas, mas sempre resistia aos impropérios dos seus algozes. Em casa, relatava tudo à mamãe, que o aconselhava não dar atenção aos invejosos, fazendo como se nada estivesse acontecendo.
“Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, o coelhinho não resistiu aos insultos e resolveu reagir, mas diante de sua pequena estatura e a falta de experiência no “pugilismo”, acabou sendo lançado na lama pelos seus agressores.
Ao passar pelo local de sempre, sujo e com o mal cheiro dos porcos, foi acolhido por alguém, que o banhou em águas limpas, secou-lhe o corpo, perfumou-o e o entregou à sua mãe. Esta, por sua vez, colocou-o no colo e disse: filho, aprenda a inteligente lição de que “quem se junta aos porcos, acaba comendo farelo com eles”. A partir de agora, deixe que eles espalhem suas iras, sabendo que elas não alcançarão os que são limpos por dentro e por fora.
A partir daquele momento, o coelhinho Pitty deixou de dar atenção aos porcos, que continuaram sujos e fedorentos, enquanto ele permanecia limpo, perfumado e amado pelas pessoas que, em sinal de repúdio, acabaram expulsando os porcos da localidade, por serem nocivos aos que ali habitavam.
A vida ali tomou um rumo diferente. O local ficou perfumado e ninguém mais fora incomodado pelos porcos imundos. A pocilga foi destruída e em seu lugar foi construído um parque, onde os coelhos e as pessoas se misturavam, numa interação social nunca vista naquela localidade.
(Adalberto Claudino Pereira)
(Estória extraída do livro “Contos e Fábulas”, do mesmo autor)
sábado, 20 de junho de 2009
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