sábado, 13 de junho de 2009

COMO DEVEMOS VER A CRISE ECONÔMICA?

O ESTRAGO DA CRISE

Quando foi anunciada uma crise econômica global, resultado de problemas na economia norte-americana, os países do Terceiro Mundo, aqueles que ainda integram a lista dos subdesenvolvidos, colocaram a « boca no trombone », demonstrando uma preocupação sem precedentes.

No Brasil, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu na frente e, na tentativa de evitar um pânico geral, reuniu seus principais ministros da área econômica, para passar-lhes uma « orientação » cautelar : « O Brasil está preparado para enfrentar a crise e ela vai chegar aqui, não como um tsunami, mas apenas como uma pequena marola ».

Os dias passaram e as previsões do Palácio do Planalto foram tomando proporções diferentes. Na verdade, a crise econômica mundial chegou ao nosso país mostrando o seu poder arrazador.

Diante das perspectivas (negativas ou positivas), 8.204 pessoas foram ouvidas numa pesquisa, cuja pergunta era : - Você foi afetado pela crise ? O resultado foi o seguinte :

66% dos entrevistados (5.455) disseram que SIM.
19% deles (1.518) afirmaram que NÃO foram atingidos pela crise.
15% (1.231) disseram ter sido atingidos UM POUCO pela crise econômica.

Isso significa dizer que, de uma forma ou de outra, 81% dos pesquisados (6.686) foram atingidos por esta espantosa crise, que fez dispencar as bolsas de todo o mundo, levando muita gente ao desespero.

O resultado mostra claramente que o Palácio do Planalto foi um tanto precipitado ao apresentar um diagnóstico positivo, sem estar a par do tamanho da epidemia que teria pela frente. Isso deixa os brasileiros mais realistas, convictos de que os nossos representantes precisam analisar os fatos, antes de se pronunciarem a respeito de coisas sérias.

Enquanto isso, indiferente aos problemas que afetam a população, principalmente aqueles mais carentes, o Palácio do Planalto, numa investida inexplicável, empresta uma bagatela de 10 milhões de dólares ao Fundo Monetário Internacional (FMI), ação que somente os países bem estruturados financeira e moralmente têm condições de empreender.

Se levarmos em consideração o elevado número de favelados e a majestosa quantidade de quilômetros de estradas esburacadas, colocando em risco a vida de milhares de pessoas, essa soma daria para amenisar a catastrófica situação por que passamos. É o Brasil querendo mostrar aos países de Primeiro Mundo um poderia econômico que não condiz com a sua realidade. Basta vermos com mais clareza, o lado negro da história.

É incrível a maneira como conseguimos esconder dos representantes estrangeiros a nossa pobreza. A imagem que se leva do Brasil para o exterior é uma verdadeira farsa, a partir do momento em que presenciamos os desabamentos de barracos, as inundações de grandes cidades, as milhares de pessoas que perdem a vida ou que ficam desabrigadas, além de outras tragédias, resultado de nossa péssima infra-estrutura.

Antes da crise internacional chegar ao Brasil, nós já vivíamos outras bem mais preocupantes : a falta de segurança, o sucateamento da saúde pública e a decadência do nosso Sistema Educacional. Essas crises são resultado das péssimas administrações que, ao longo dos anos, só têm se preocupado com os seus próprios interesses.

E parece que o povo brasileiro é mesmo uma « marionete » nas mãos dos poderosos que, usufruindo de grandes estratégias, preparam discursos extraordinários ao ponto de ludibriar os incultos. Conheci um certo político (não vou declinar seu nome por questão de ética), que me disse certa vez : « eleitor é como criança ; mostre um pirulito para ele que ele corre para os seus braços ». Outro chegou a me confidenciar que « eleitor é como cachorro ; você bate nele mas quanto estala o dedo, ele corre para lamber seu rosto ! » E assim vai o Brasil !

O negócio é tão assustador que a Polícia Federal e o Ministério Público descobriram uma série de desmandos na Petrobrás, inclusive denúncias de subfaturamentos e, ao se tentar instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar as denúncias, alguns políticos, sem argumentos para defender a empresa e orientados pelo Palácio do Planalto, resolveram aplicar o já conhecido golpe de «jogo político » da oposição, mesmo sabendo que as acusações partiram de órgãos apolíticos.

Tudo isso é resultado de outra crise que enfrentamos e que nada podemos fazer para superá-la : a crise da imoralidade, da falta de vergonha e do despreparo moral de muitos deputados e senadores que, enganados, colocamos no Congresso Nacional para defender os interesses da Nação. Eles trairam a nossa confiança e passaram a defender interesses pessoais de quem se dizia defensor da honestidade.

A crise da desestruturação moral assolou o Congresso Nacional, assustando a todos aqueles que esperavam ser representados por homens de caráter. Estamos diante de um quadro devastador. Já não acreditamos nos nossos congressistas. Cada vez mais a situação se complica diante das ofertas exorbitantes para comprar a consciência dos políticos mesquinhos, cujo valor moral cai de cotação a cada dia.

Nessa caminhada, até mesmo os políticos menos corruptos nos deixam assustados. Não sabemos por quanto tempo eles resistirão as ofertas tentadoras. É que já vimos tantos maus exemplos, que já não nos surpreendemos com o que venha acontecer amanhã. Muitos vão dormir sobre o travesseiro da dignidade e acordam envolvidos pelo cobertor da fragilidade moral. É aí que lembramos aquela passagem bíblica que diz : « maldito o homem que confia em outro homem ! »

O pior está naqueles que se deixam envolver pelas crises da infidelidade, da fragilidade moral, da impotência intelectual, da desonestidade e da ganância financeira. Esses são péssimos exemplos para a família e para a própria sociedade a que pertencem.

Tudo isso ainda sobrevive por conta da ascensão da crise na alfabetização do cidadão. Aqui é assim : quanto mais analfabetos tivermos, maiores serão as chances de mantermos no ápice da glória aqueles que sonham em perpetuar-se no Poder. É lamentável, mas é uma verdade incontestável. Algo que preocupa aqueles que ainda sonham com um país democrático e que temem a implantação de uma ditadura castrista, com resultados estarrecedores.

Aí teremos uma das piores crises de toda a história do Brasil, com resultados trágicos a partir da falta de liberdade de expressão, da falta de liberdade religiosa até a castração dos direitos do cidadão. Assim, estaremos diante de um regime que contradiz a liberdade democrática. As cinzas dos Direitos Humanos se espalharão pelo espaço, lançando num abismo profundo as esperanças dos verdadeiros « guardiões » do Regime Democrático.

(Adalberto Claudino Pereira – autor)

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