quarta-feira, 3 de junho de 2009

ACIDENTE AÉREO MATA 228 ENTRE TRIPULANTES E PASSAGEIROS

Este é um Airbus 330-200. Modelo semelhante da Air France, decolou do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, com destino a Paris, desaparecendo com 216 passageiros e 12 tripulantes.

AIRBUS ENVIOU SINAIS AUTOMÁTICOS DE PANE POR 4 MINUTOS

Quatro minutos se passaram desde os primeiros sinais de problemas elétricos no avião da Air France que fazia o voo 447, até o desaparecimento da aeronave nas águas do Oceano Atlântico, com 228 pessoas a bordo. O Airbus A330 enfrentou, entre as 23h10 e as 23h14 (horários de Brasília), uma sequência de falhas elétricas e de equipamentos fundamentais ao voo, que levaram à perda dessas informações na cabine de comando.
Parte dessas mensagens foi obtida pelo Jornal da Tarde com uma fonte da companhia.
O jato enviou pelo menos seis mensagens escritas automatizadas aos computadores da Air France, em tempo real, pelo sistema Acars (Sistema de Comunicação e Informação). Os comunicados foram traduzidos por um comandante de Airbus e mostram que o jato alertou sobre a perda de sistemas e tentativas de correção dos parâmetros eletrônicos, que entraram em pane generalizada. Falharam sistemas de referência como o Adiru (unidade que informa dados como altura e velocidades vertical, no ar e proa) e houve falha elétrica no computador principal de voo, entre outros sistemas.
Uma linha elétrica secundária chegou a assumir o comando da rede de cabos elétricos que enviam sinais para movimentar as superfícies de comando do jato - sem o que o controle do avião é virtualmente impossível. Os registros Acars começam às 23 horas, quando o comandante enviou uma mensagem manual informando sobre uma área de forte turbulência acima de nuvens de chuva carregadas de eletricidade e com fortes ventos. Dez minutos depois, outro comunicado indicava que o piloto automático havia sido desconectado. Às 23h10, surgem os primeiros indícios de problemas elétricos, apontando falha no sistema principal de energia elétrica e desvio de potência para manter a navegabilidade. Nos próximos dois minutos, ao menos dois relatos eletrônicos informaram falhas nos sistemas de coleta e exibição de informações de voo. Às 23h13, falharam o computador primário de voo e um sistema auxiliar, responsável por comandar partes móveis da asa. Às 23h14, houve aumento na "velocidade vertical da cabine". Segundo afirmação de alguns pilotos, isso pode indicar despressurização ou até que, a essa altura, o A330 já estivesse em queda. As informações são do Jornal da Tarde.

DEZENOVE FRANCESES QUE ESTAVAM NO AF 447 GANHARAM VIAGEM COMO PRÊMIO

Dez funcionários de empresa do setor elétrico francesa estavam no Airbus, outros nove eram acompanhantes. Entre os passageiros do voo AF 447 da Air France que desapareceu na segunda-feira estavam dezenove franceses, que tinham viajado ao Rio de Janeiro por conta de prêmios distribuídos por uma empresa do setor elétrico.
O avião desapareceu com 228 pessoas a bordo, entre eles 61 franceses, segundo a companhia aérea. Dez eram empregados da CGED e nove eram acompanhantes dos vendedores premiados, afirmou à BBC Brasil Laurent Bouveresse, diretor-geral da companhia, situada em Limoges, no sudoeste da França. "Pensamos que o Rio de Janeiro era uma bela recompensa para os melhores vendedores da região", disse Bouveresse.
A empresa não tem atividades no Brasil. Os franceses da companhia CGED, distribuidora de materiais elétricos, embarcaram para o Rio de Janeiro na quinta-feira passada e passaram quatro dias na cidade. No grupo de funcionários, estavam nove vendedores que haviam recebido o prêmio e um diretor da empresa em Limoges.
Os empregados premiados, com idades entre 25 e 35 anos, trabalham em diferentes agências da companhia espalhadas pelo sudoeste da França. A empresa instalou um centro de atendimento aos parentes e pessoas próximas aos funcionários que viajavam no voo da Air France. "Foi um grande choque quando soube do desaparecimento do avião. É impossível descrever os sentimentos", afirmou Bouveresse.

VOO AF 447: PASSAGEIRA ESPANHOLA VOLTAVA DE LUA DE MEL EM VOO DIFERENTE DO MARIDO.
CATALÃ PLANEJAVA VISITAR FAMÍLIA E SE SEPAROU DO MARIDO NO AEROPORTO TOM JOBIM.

Uma espanhola que estava entre os passageiros do voo AF 447, que desapareceu sobre o Oceano Atlântico estava voltando de viagem de lua-de-mel em voo separado do marido.
Por uma mudança de última hora, a catalã Anna Negra, de 28 anos, acabou se despedindo do marido no aeroporto Tom Jobim porque ambos pegaram voos diferentes.
Apenas dois espanhóis estavam entre as 228 pessoas a bordo do avião desaparecido. O outro é Andrés Suarez Montes, 38, de Sevilha, que deixava a América do Sul depois de uma temporada trabalhando como engenheiro de uma petroleira multinacional. Era sua despedida da região, uma vez que voltaria a morar na Europa.

O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Espanha, que localizou os parentes de ambos passageiros, disse que a tragédia do voo desaparecido "destroçou duas famílias que estão sob estado de choque". A consultora Anna Negra se casou no dia 6 de maio com o também espanhol Javier Álvarez. Logo após a festa de casamento eles viajaram para uma lua-de-mel de três semanas no Brasil e deveriam voltar juntos para Dubai, nos Emirados Árabes, onde moravam. Mas Anna decidiu mudar a passagem dias antes do voo e visitar a família na Espanha (com escala prévia em Paris) e só depois seguir para Dubai. O casal se despediu no aeroporto Tom Jobim na tarde de domingo, quando os dois embarcaram em voos diferentes. Javier ficou sabendo do desaparecimento do avião francês através de amigos espanhóis que o esperavam no saguão do aeroporto de Dubai na segunda-feira. Já o engenheiro Andrés Suarez Montes, casado com uma venezuelana, morava em Caracas e fazia a mudança da América do Sul porque a companhia de petróleo em que trabalhava o transferiu para a França. A família do engenheiro o esperava em Sevilha com a esposa, que não pegou o mesmo voo. Ela ainda mantém a esperança de encontrar o marido com vida.

Apesar das perspectivas negativas da Air France, que notificou em um comunicado que não há esperanças de localizar o avião desaparecido, os parentes de Montes "se agarram à mínima hipótese de que os passageiros sejam encontrados", disse o porta-voz do Ministério à BBC Brasil. No total, segundo a Air France, o Airbus A330 levava 216 passageiros, sendo 58 brasileiros, 61 franceses e 97 de mais 30 diferentes nacionalidades, além da tripulação de 12 pessoas.

EXECUTIVO E FUNCIONÁRIOS DA PREFEITURA DO RIO ESTAVAM NO VOO AF 447.

SÃO PAULO (Reuters) - O avião da Air France que está desaparecido levava a bordo executivos de empresas e um funcionário da prefeitura do Rio de Janeiro.
O presidente do Conselho de Administração da ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), Erich Heine, estava no avião, segundo informou uma fonte da empresa nesta segunda-feira. A CSA é uma joint-venture entre a ThyssenKrupp e a Vale.
A Michelin, fabricante francesa de pneus, também informou que o chefe de operações da empresa para América Latina, Luis Roberto Anastacio, estava no voo.
No Rio de Janeiro, a Prefeitura da cidade disse que Marcelo Parente Gomes de Oliveira e sua mulher, Marcele, viajavam a lazer no avião da companhia francesa. Parente é chefe de gabinete do prefeito Eduardo Paes (PMDB). O voo AF 447, que fazia o trajeto do Rio de Janeiro a Paris, desapareceu com 228 pessoas a bordo. A aeronave, um Airbus A 330-200, deixou o Rio às 19h de domingo e tinha previsão de chegar à capital francesa às 6h15 (horário de Brasília) desta segunda-feira.

VOAR EM TEMPESTADES É TEMIDO E EVITADO, DIZEM OS PILOTOS.

AMSTERDÃ/PARIS (Reuters) - Pilotos de avião são conhecidos por aparentarem calma e confiança, mas quando o assunto é voar em tempestades, eles tendem a ter uma reação diferente: evitar é a ordem. Especialistas em aviação debatem se um raio ou uma turbulência podem ter causado, na segunda-feira, a queda do voo 447 da Air France no oceano Atlântico. A aeronave, um Airbus A330, levava 228 pessoas.

A Força Aérea Brasileira informou nesta terça-feira, dia 2, que seus aviões detectaram destroços a aproximadamente 650 quilômetros a nordeste da ilha de Fernando de Noronha, mas disse que não é possível afirmar se seriam partes da aeronave desaparecida. Dois pilotos veteranos entrevistados pela Reuters, disseram que tentariam se desviar ao máximo de uma tempestade, ainda que os aparelhos modernos sejam desenhados para lidar com as tormentas.

"Meu recorde pessoal foi um desvio de quase 300 milhas náuticas só para circunavegar uma grande área de chuvas ao longo do oceano Atlântico, perto da Flórida", disse Evert van Zwol, presidente da Associação Holandesa de Pilotos.

O A330, que voava do Rio de Janeiro a Paris, passou por forte turbulência cerca de quatro horas após a decolagem, e aproximadamente 15 minutos depois disso, enviou uma mensagem automática de problemas elétricos. Desapareceu pouco depois de ter tido de voar por uma faixa de turbulência e tempestades frequentes no Equador.

"Você não passa por esse tipo de clima de forma leve. É desagradável para os passageiros e pode ser alarmante para nós", disse Tim Armstrong, ex-comandante de um 747 da Singapore Airlines. "Voar sobre uma dessas tempestades é muito alarmante, especialmente naquela parte onde as nuvens estão muito altas e ativas. Há muita névoa e pressão para cima, então você tenta fazer o máximo para não ir lá."

Van Zwol, que pilotou jatos 747-300 e 777 da Boeing por 20 anos para a Royal Dutch KLM, linha aérea irmã da Air France, falou que os comandantes são treinados para fazer o que for preciso para evitar tempestades com raios. "Eu acho que a maioria dos pilotos, quando perguntada, vai confirmar que é muito improvável voar sobre uma tempestade com raios", disse Van Zwol. "Se você passar por uma turbulência severa, e todos nós já sentimos isso uma vez pelo menos, é muito desconfortável. É difícil de ler os instrumentos", acrescentou.

AMEAÇA INVISÍVEL

A turbulência é invisível, e por isso os pilotos precisam confiar em algumas técnicas de detetive com o que podem ver no radar. "Se há uma linha (de nuvens de tormenta) você geralmente vai onde haja um buraco nessa linha. Mas o radar só detecta vapor de água. Ele não pode ver a turbulência, então você precisa inclinar o radar para detectar o vapor nas nuvens", disse Armstrong. "À noite, isso é muito importante, porque você não vê nada das nuvens."

O avião da Air France desapareceu de madrugada, às 5h14 (horário de Brasília), e se supõe que tenha caído. Foi o maior desastre para a Air France nos 75 anos de história da empresa, e o pior acidente já registrado com um A330, modelo fabricado pela unidade da EADS Airbus.

Especialistas dizem que acidentes causados por turbulência ainda são raros.
Dos 14.220 incidentes registrados pela Aviation Safety Network (Rede de Segurança Aérea, http://www.aviation-safety.net) desde 1943, 73 foram atribuídos a turbulências ou ao vento. Acidentar-se durante o voo de cruzeiro também é incomum. De acordo com a Boeing, 9 por cento dos acidentes fatais entre 1998 e 2007 aconteceram nessa etapa do voo.

"Se por algum motivo você entra em uma tempestade com raios ou em uma área de turbulência, há procedimentos que indicam como se deve conduzir a aeronave", disse van Zwol. Inclusive o ajuste a uma "velocidade de penetração na turbulência", na qual o avião está melhor preparado para enfrentar essas condições. Mas mesmo com todo o treinamento e toda a engenharia moderna, quando chega uma turbulência os pilotos simplesmente preferem tomar outro caminho. "Sempre fazemos tudo o que é possível para evitar uma situação como essa", disse van Zwol.

NAVIO MERCANTE SE APROXIMA DE DESTROÇOS VISTOS PELA FAB-MARINHA.

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Um navio mercante holandês vai chegar, entre 12h e 12h30 desta terça-feira, ao local onde a Força Aérea Brasileira (FAB) avistou destroços durante buscas do avião da Air France desaparecido no oceano Atlântico, informou a Marinha. "Um navio mercante holandês está a 35 quilômetros do local. Deve chegar por volta de 12h e 12h30 (hora de Brasília)", disse à Reuters o capitão-tenente da Marinha, Henrique Afonso, do 3o Distrito Naval em Natal. A FAB informou mais cedo que aviões em operação de busca do voo AF 447, desaparecido desde domingo com 228 a bordo, visualizaram peças metálicas e não-metálicas, incluindo poltronas, e vestígios de óleo a aproximadamente 650 quilômetros a nordeste de Fernando de Noronha. A Aeronáutica disse que ainda não é possível afirmar que os destroços são do Airbus A330 desaparecido.

O capitão-tenente da Marinha disse que três navios mercantes foram identificados em rota comercial próximo ao local onde se acredita que o avião da Air France tenha desaparecido, de acordo com sua localização quando realizou o último contato quatro horas após decolar. "A embarcação holandesa é a mais próxima, a 35 quilômetros do local determinado pela FAB. Um está a mais ou menos 70 quilômetros e o outro a 90 quilômetros", afirmou.

A Marinha solicitou às três embarcações que alterassem suas rotas para procurar por sobreviventes do voo Rio-Paris que decolou no domingo e desapareceu após fazer contato pela última vez com as autoridades brasileiras após passar por Fernando de Noronha. "Navios mercantes têm uma função específica de recolher sobreviventes, mas podem também nos passar informações se avistarem algum destroço", disse o capitão-tenente.

Três navios da Marinha partiram na segunda-feira para ajudar nas buscas pelo avião. O primeiro a chegar será o navio patrulha Grajaú, com previsão de chegada à área onde foram vistos os destroços às 11h (horário de Brasília) de quarta-feira.
A corveta "Caboclo" e a fragata "Constituição" chegarão na quarta-feira. Outras duas embarcações da Marinha (uma fragata e um navio-tanque) partirão nesta terça-feira, dia 2, do Rio de Janeiro também para o local onde se concentram as buscas.
A Força Aérea Brasileira tem 10 aeronaves disponíveis nas ações de busca e resgate do Airbus A330.

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