domingo, 28 de março de 2010

MOMENTOS POÉTICOS

ESTA MULHER

Esta mulher, meu amigo, com quem andas lado a lado,
Por ela já fui amado, mas a ela nunca amei.
Com ela já fiz de tudo nos momentos de loucuras,
E no mundo de amarguras, noites e noites passei.

Se pensas que és feliz amando esta mulher,
Talvez um dia qualquer tu sintas pena também.
Hoje ela está contigo, quem sabe, pensando em mim,
Pois ela foi sempre assim, nunca respeitou ninguém.

Já dormiu com tantos outros nas camas dos cabarés,
Que os quartos dos motéis já conservam seu perfume.
Hoje te mata os desejos nos atos sexuais,
Amanhã não te quer mais e nem te causa ciúmes.

Esta mulher não tem dono, a todos estende a mão,
Faz amor por profissão, nem ama, nem é amada.
Seu nome já foi destaque nas manchetes dos jornais,
Seu corpo não serve mais, de tudo não sobrou nada.

Esta mulher, meu amigo, tem letra N das noite,
Tem letra A dos açoites que seu corpo já sofreu,
Tem letra D da desgraça que este mundo recusa,
E outro A que acusa um NADA que renasceu.

Não é vingança, amigo, mas a pura realidade,
Esta mulher, na verdade, não serviu para viver.
Seu nome já esquecido, tem de “tudo” um quase “nada”,
É uma pobre coitada, vencida pelo prazer.

Se tivesse a coragem de viver honestamente,
Esta mulher, certamente, teria amor verdadeiro.
Conselhos eu já lhe dei para afastá-la da lama,
E nunca deitar na cama, trocando amor por dinheiro.

Não quero citar seu nome, nem dizer onde ela vive,
Se é casada, se é livre, se ama ou se é amada.
Não sei se vende seu corpo a todos para viver,
Ou se tentou esquecer que ontem não valeu nada.

Esta mulher, meu amigo, já foi menina inocente,
Educada pra ser gente, sempre ao lado dos seus pais.
Agora não tem amigos, por todos foi desprezada,
Não tem amor, não tem nada, só lembranças, nada mais.

Você que leu os meus versos e que pretende viver,
Não se entregue ao prazer em um momento qualquer.
Seu futuro é bonito, seu amor é importante,
Não queira viver errante, como vive esta mulher.

(Adalberto Claudino Pereira)
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QUANDO EU MORRER

Quando eu morrer quero sentir o silêncio e a paz.
Se quiserem chorar, que chorem, ou podem até sorrir.
Eu também já chorei e sorri, coisas que não farei mais
Porque, inerte, sem forças, estarei pronto pra partir.

Quando eu morrer ficarei longe das injustiças,
Não serei mais vítima das covardias. Só da morte.
Não ouvirei falar em guerras, nas falsas justiças,
Livrar-me-ei do cansaço, da monotonia. Que sorte!

Quando eu morrer alguém ficará para lembrar de mim
E, um dia, por simples coincidência, dirá que vivi.
Uns dirão que fui bom, outros dirão que fui ruim,
Mas falarão e lembrarão até o dia em que nasci.

Quando eu morrer estarei longe do que oferece a Natureza,
Mas estarei perto de Deus, muito além, no Infinito,
Onde não sentirei dor, nem saberei o que é tristeza,
Pois tenho certeza de que Lá tudo é mais bonito.

Quando eu morrer não farei mais minhas pobres poesias,
Talvez até me torne inspiração para os poetas.
Aí, sim, serei lembrado, pelo menos por uns dias,
Talvez com lutos, ou talvez até com festas.

Quando eu morrer ninguém mais ouvirá a minha voz,
Da mesma forma, não ouvirei a voz de ninguém.
Encontrarei minha mãe e abraçarei meus avós,
Que, bem antes de mim, já partiram para o Além.

Quando eu morrer não mais escreverei poemas, nem editoriais,
Não precisarei de microfones ou gravadores,
Nem terei meu nome em revistas e jornais,
Pois deixarei meus espaços para outros redatores.

Quando eu morrer não ouvirei mais falar de greves e agressões,
De fome, de miséria, de epidemias, de perseguição à pobreza,
Não ouvirei falar de sequestros, de bandidos, de inflações,
De terremotos, de incêndios que tiram da vida a beleza.

Quando eu morrer quero ter certeza de que tudo que eu deixei será conservado,
Mulher, filhos, livros, menos a minha matéria apodrecida.
Que meus órgãos salvem vidas, só não quero ser cremado,
Nem jogado aos urubus, aos animais famintos, como carne esquecida.

Quando eu morrer não precisarei de velas para meu corpo iluminar,
Nem de “rezas” cansativas para recomendar corpo e alma,
Pois nada disso será possível para meu espírito salvar.
Somente o Poder de Deus nesses momentos nos acalma.

Quando eu morrer estarei feliz, consciente e orgulhoso
Por nunca ter recorrido ao protecionismo.
Podem até dizer que, em vida, fui chato e vaidoso,
Só não dirão que fui contaminado pelo “vírus” do egoísmo.

(Adalberto Claudino Pereira)
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“DEUSAS” PROSTITUTAS

Oh, “deusas” deprimentes, sem passado
Que à noite perambulam pelas ruas,
Elegantes, perfumadas e nuas,
O que achais desse mundo desgraçado?

Pra que serve ter um corpo atraente,
Desfilar provocando alaridos,
Se deveras vossos brios são feridos
Por julgarem vossos atos indecentes?

Essas “deusas”, prostitutas, sem guarida,
Espancadas, humilhadas, sem pudor,
São mulheres mas ninguém lhes dá valor
Por não terem vida dentro da vida.

Onde está a pureza de outrora,
E os beijos recebidos dos pais?
Por que hoje são manchetes de jornais,
Quando ontem as chamavam senhora?

Oh, “deusas” infelizes, sem presente,
Por que chorais ao lembrardes o passado,
Se alugais este corpo desgraçado
Ao primeiro que chegar à vossa frente?

Que conselhos serão dados a vossos filhos,
Para eles não seguirem maus caminhos?
Como podem receber vossos carinhos,
Se trepidam nesses olhos já sem brilhos?

Oh, “deusas”, sem passado, sem presente,
É com pena que vos rendo homenagem,
Pedindo a Deus que vos cubra de coragem
Para terdes um futuro mais decente.

(Adalberto Claudino Pereira)
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L'AMOUR

Ah, mon amour, je t’aime beaucoup,
Tu es la plus belle chose de ma vie.
Ah, ma chérie, j’aime tes yeux
Parce qu´ils sont sensuelles.
J´ai besoin de baiser ta bouche, ta main,
Ton pied, ce corps sensuel.
Ah, mon amour, porquoi tu ne m’aimes pas?
Pendant la nuit froide, que fais tu dans la chambre seule?
Pendant la nuit je crie ton nom,
Je vais crier toujours:
Chérie! Chérie! Tu es ma vie, mon amour!...
(Adalberto Claudino Pereira)

MA FEMME

J’ai besoin de te parler d’amour.
Alors, je te dis: je t’aime vraiment.
Maintenant, je vais oublier toutes les souffrances.
Je désir baiser tes lèvres.
Je veux regarder tes yeux bleus.
Pour moi, tu es la plus belle femme du monde,
Et le plus grand cadeau de Dieu.
Sur la mer je vois ton visage.
Je te cherche partout dans la ville.
Où es-tu? Pour que tu ne m’écoutes pas?
Pourquoi tu ne viens pas quand je t’appelles?
Pourquoi? Je demande: pourquoi, mon amour?
Je pleure et les larmes tombent dans mon corps.
Mon coeur. Il est très triste et désolé.
Ah, chérie! Je t’aime beaucoup.
Je t’aime, ma femme!!!

(Adalberto Claudino Pereira)

J’AIME LA VIE

J’aime la vie.
J’aime le ciel avec le soliel pendant le jour.
J’aime le ciel avec la lune et les étoiles pendant la nuit.
J’aime la mer,
J’aime le ciel bleu et les plantes vertes,
J’aime les jardins avec les fleurs parfumées.
Tu es la vie.
Je t’aime beaucoup, ma chérie!
Tu es la plus belle fleur de mon jardin.

(Adalberto Claudino Pereira)
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É TRISTE RECORDAR

Um dia amei. Amei sem pensar em desenganos.
Foram-se os dias, os meses, os anos e eu sempre a amar.
Amei. E com o coração sensível sempre amei a ti.
Parti. Tu choravas e eu vi teus olhos me pedindo pra ficar.
Suportei. E o fiz porque o amor foi maior que eu,
Mas este amor morreu. E morreu só para nós.
Sofri. E sofri porque soube que sofrias também.
O fim foi para o nosso bem. Agora, resta vivermos sós.
Não fui eu, não foste tu; foi o destino que quis.
Se estás só, não és feliz, creia, eu também não sou.
Perdoa-me pelos beijos que te dei, ou que deixei de dar.
Se nunca soubeste amar, perdoa a quem tanto te amou.
É inútil reconstruir um passado tão belo e puro,
Mesmo assim eu te juro, jamais deixei de te amar.
É triste, muito triste, mas está tudo acabado,
Esqueçamos o passado, pois é triste recordar.

(Adalberto Claudino Pereira)
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DESEJOS

Queria viver num mundo onde houvesse mais amor,
Onde não houvesse guerras com armas destruidoras,
Onde os homens se respeitassem, sem ódio e sem dor,
Onde a música substituísse as bombas arrasadoras.

Queria ver as crianças com direito à igualdade,
Os jovens pregando a paz e condenando a violência,
Os povos se abraçando, sem armas, sem falsidade,
Respeitando os animais e a sua inocência.

Queria viver num mundo sem drogas, sem viciados,
Olhar na face de todos o retrato de quem se ama,
Queria ver nossos campos, pelos homens conservados,
E a terra dividida com aquele que a reclama.

Queria ver as pessoas sem coração de “judeus”
Conservando as belezas que a natureza oferece,
Ver o meu Deus adorado, até mesmo por ateus,
E nunca ver esquecidos quem de nós não esqueceu.

Queria ver os casais como eternos namorados,
Ver os filhos respeitando os valores de seus pais;
Queria ver nas escolas, professores educados,
E as nações alcançando os seus grandes ideais.

Queria que acabassem as dublagens na TV,
E que a sociedade não fingisse tanto amor;
Queria até ver clareza nos olhos de quem não vê,
Para que a nossa gente não naufragasse na dor.

Queria ver motoristas respeitando os semelhantes,
Ver justiça no Universo e o fim da prepotência.
Se tudo o que há de bom partisse dos governantes,
Na Terra não se ouvia tanto grito por clemência.

(Adalberto Claudino Pereira)
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TU

Tu és a coisa mais linda que surgiu em minha vida,
És a jóia mais querida, és tudo que eu posso Ter;
Tu és um anjo divino, és a luz do meu caminho,
Tu és rosa sem espinho, és razão do meu viver.

Tu és estrela candente que ilumina o céu azul,
Brilhando de norte a sul e transmitindo beleza;
Tu tens um perfume raro que domina o Universo,
És a rima destes versos transbordada de nobreza.

Tu és meus passos seguros nas estradas sinuosas,
E nas noites tenebrosas teu vulto me fortalece;
És a frase mais bonita da minha filosofia,
És a linda melodia que o cantor jamais esquece.

Tu és da lua o pedaço que nunca desaparece,
Tu és o Sol que aquece as tardes frias de inverno.
Se meu mundo te pertence e o teu pertence a mim,
Viveremos sempre assim, escravos do amor eterno.

O teu rosto se reflete nas águas dos oceanos,
E teus vinte e poucos anos parecem não existir;
Eu te vejo qual criança, nos meus braços a sonhar,
E não quero te acordar, pois quero ver-te dormir.

Tu és o fim de uma vida de ilusões e fantasias,
Início das alegrias de quem aprende a viver;
És metade de um todo que nunca se completou,
A deusa que ensinou as virtudes do saber.

Tu és o melhor começo para minha poesia,
És a noite, és o dia, o tudo que vence o nada;
Tu és o meu solo fértil, o azul do infinito,
És do meu peito o grito perdido nas madrugadas.

(Adalberto Claudino Pereira)

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