terça-feira, 9 de março de 2010

MOMENTO POÉTICO: "UM TÔCO NA BEIRA DO CAMINHO"


UM TÔCO NA BEIRA DO CAMINHO

Havia um tôco na beira do caminho!
Na beira do caminho havia um tôco!
E havia um tôco na beira do caminho!
Na beira do caminho havia um tôco!
Era um tôco áspero, sem acabamento;
Simplesmente era um tôco que não assustava.
Afinal ele ali estava por acaso, por ironia do destino.
Não tinha beleza para chamar a atenção dos poetas !
Mas era um tôco na beira do caminho!
Um tôco que surgiu entre as pedras!
Pedras que assustam, que maltratam, que ferem os pés!
Pedras que, não sei por que, transformam-se em poesia.
Pedras que surgem transformando vidraças em estrilhaços.
Havia um tôco na beira do caminho!
Igualzinho àqueles que já foram assentos de crianças ;
Um tôco que restou dos que, em algum lugar, mobiliam mansões
Cansado das pedras cantadas e encantadas,
Encontrei um tôco na beira do caminho!
Ah! Só podia ser uma providência Divina!
Cansado das pedras famosas e das famosas pedras,
Encontrei, finalmente um tôco.
E era um tôco, justamente ali, na beira do caminho!
Havia um tôco na beira do caminho!
Na beira do caminho havia um tôco!
Não era um tôco colocado por poetas famosos.
Mas era um tôco ! Um tôco na beira do caminho!

(Adalberto Claudino Pereira)

Nota do autor : Quando estiveres cansado de tropeçares nas pedras e sentires que teus pés estão feridos, descanse no tôco que este pseudo-poeta encontrou na beira do caminho.

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