sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
UMA IMPRENSA QUE NÃO SE CORROMPE!!!
A imprensa tem um papel fundamental na divulgação dos fatos, sejam eles políticos, esportivos, sociais, religiosos e culturais. E isso tem sido motivo da credibilidade que ela conquistou, ao longo dos anos, de uma sociedade sedenta de justiça em todos os seus aspectos. Sinto-me à vontade para afirmar que a liberdade na divulgação dos fatos foi uma verdadeira “carta branca” recebida pelos profissionais da imprensa escrita, falada e televisada, para um trabalho digno.
Vi um repórter da TV Bandeirantes, usando de uma imparcialidade que lhe é peculiar, perguntar a um cidadão que se manifestava favorável ao ex-governador José Roberto Arruda e seus aliados, quanto ele havia recebido e quem o havia pago para fazer aquela manifestação. Dias depois, vi uma família fazendo a sepultamento simbólico do ex-governador e seu vice, empresário Paulo Otávio. Pena que o mesmo repórter não estivesse ali para fazer as mesmas perguntas àquelas pessoas. Pois tenho plena convicção de que ele assim procederia, utilizando a ética profissional e sua idoneidade como cidadão preocupado com a moralidade nacional.
É que, apesar da vigilância dos repórteres que fazem plantões em busca dos “furos” de reportagens, alguns “furos” são cometidos. Muitos deles indispensáveis para eliminar aquele maldoso pensamento dos “analistas”, de que houve má intenção por parte deste ou daquele profissional. Considere-se a afirmativa de que, apesar da seriedade de muitos órgãos da comunicação, ainda existem aqueles que são parciais, de conformidade com suas convicções político-partidárias. Excluindo-se essa mancha negra nos meios de comunicação, o resto caminha às mil maravilhas. A imprensa séria incomoda; a tendenciosa irrita; a parcial macula a ética e sufoca o compromisso com a verdade.
É impressionante como a imprensa nacional se acovardou diante do caso Sarney que, com ONZE processos nas costas foi absolvido pela Comissão de “Ética” do Senado. Fiquei pasmado e só entendi o porquê de tudo, ao saber que sem o PMDB o PT se fragilizaria e o presidente Lula ficaria impotente para governar. Daí a ordem expressa do Palácio do Planalto para que o Congresso Nacional deixasse o senador José Sarney em paz (e ai daqueles que desobedecessem!!!)
Apesar de sua imparcialidade, a imprensa nacional às vezes deixa passar em branco alguns fatos que, para a sociedade brasileira, são de fundamental importância. Inclua-se a esses fatos o MENSALÃO patrocinado pelo Partido dos Trabalhadores. Esperava-se uma ação drástica do Policia Federal contra a quadrilha organizada que, a exemplo da mais recente, nada fez de dirferente. Infelizmente, a imprensa estava ocupada com outros acontecimentos mais importantes. Graças a Deus, nossa imprensa não se corrompe!
Fiquei impressionado com a imparcialidade da imprensa, quando esta divulgou o resultado de uma pesquisa, segundo a qual 37 por cento dos pesquisados achavam ruim a atuação do Congresso Nacional; 39 por cento achavam regular e apenas 16 por cento achavam ótima ou boa. Como a pesquisa envolvia uma Casa do tamanho do nosso Congresso, esperei que o caso tomasse grandes proporções. Mas, infelizmente, a imprensa esqueceu. E quando a imprensa esquece (sei que não é proposital), a sociedade sanguinária faz de conta que não houve nada de anormal.
A imprensa chegou a divulgar os gastos do governo federal, somente com propagandas: 3 bilhões de reais por ano, o que significa um gasto mensal de 250 milhões. Sobre o Congresso Nacional, segundo dados divulgados pela imprensa, os gastos chegam a 5 bilhões anuais, o equivalente a quase 417 milhões por mês. Vale salientar que o Brasil tem 81 senadores, a grande maioria com a ferrenha incumbência de defender o Palácio do Planalto, sem a mínima preocupação com os que os elegeram. Houve até um deles que disse NÃO TER SATISFAÇÕES A DAR À POPULAÇÃO. É! Mas a imprensa apenas divulgou, sem ir além disso.
Fui do tempo em que o jornalista tinha a honrosa missão de divulgar os fatos da forma como eles tinham acontecido, sem aquele sensacionalismo. Hoje, temos a chamada “Imprensa Investigativa”, ou seja, uma imprensa que assumiu a função única e exclusiva das polícias militar, civil e federal. Daí a briga entre as emissoras, não em busca da melhor notícia para os ouvintes e/ou telespectadores, e sim na ânsia de construir “heróis” que, futuramente, abandonados pela sorte, tornam-se, algumas vezes, em pequenos mártires, rapidamente esquecidos pela própria mídia. No caso dos gastos do Congresso e do governo federal, a imprensa investigativa miou como um gatinho acuado.
Em Brasília, a população esperou ansiosa que a imprensa escrita, falada e televisada “investigasse” por que na Câmara Legislativa, cada deputado dá uma despesa mensal de mais ou menos 1 milhão, 160 mil reais, o que implica num total de 14 bilhões de reais por ano. Em todo o país, os cidadãos honrados, aqueles que pagam altíssimos impostos e que lutam “com unhas e dentes” para manter sua família, esperavam que a imprensa “investigativa” desse detalhes sobre os gastos do governo com o MST que, convicto da impunidade, promove atos terroristas, invadindo e destruindo propriedades alheias. Mais uma vez a imprensa esqueceu de investigar as ações de bandidos que, investigados e julgados, deveriam estar na cadeia.
Por que o governo Federal, através de seus mais diversos instrumentos, não combate a violência em grandes cidades como Rio de Janeiro e São Paulo? Se a imprensa “investigativa” estivesse atenta, talvez os problemas não estivessem tão elásticos. Dados impressionantes foram divulgados timidamente pela imprensa nacional, levando-se em consideração a violência no Brasil: 50 mil assassinatos por ano, o que dá uma média de 4.160 por mês, 139 por dia e quase 6 por hora (esses números têm aumentado assustadoramente). Mas, será que isso não dá IBOPE? Investigar a displicência das nossas autoridades pode envolver pessoas influentes na preservação das CONCESSÕES de emissoras! E aí... SILÊNCIO!!! Será que o fim da violência tiraria o emprego de muita gente??? Ou complicaria a eleição (ou reeleição) de muitos políticos???
Isso me faz lembrar um fato que ocorreu numa cidade do interior da Paraíba, onde um vereador foi assassinado em plena praça pública, por um pistoleiro até hoje desconhecido. Ele havia ameaçado uma pessoa influente. Em conversa informal com o juiz da cidade, perguntei: “Dr. Fulano, e o caso do vereador Fulano de Tal, ainda não foi esclarecido?”. O meritíssimo olhou para os lados e me disse em voz baixa: “Cala a boca e esquece!!!”. Rapidamente mudamos de assunto. Mexer com gente grande mete medo até em quem não deve ter medo.
Em outro momento da minha vida de jornalista, lembro da agressão física sofrida por um Assessor Jurídico de uma Prefeitura Municipal. O agressor foi o próprio prefeito ajudado por um vereador. Imediatamente, procurei a vítima, que me deu todos os detalhes do lamentável acidente. Em seguida, procurei o prefeito agressor, que se omitiu a dar qualquer informação, deixando-me à vontade para divulgar o fato da maneira que achasse melhor. Assim foi feito e tudo foi publicado no jornal Diário da Borborema e pela Rádio Espinharas de Patos, sem qualquer tipo de censura por parte da direção das referidas empresas. O prefeito ficou uma fera! Era o tempo em que a imprensa não se corrompia.
E o que fazer para termos uma imprensa que não se corrompa? Será tão difícil assim? Um amigo meu perguntou certa vez, quando eu voltaria para o rádio. In loco, respondi: “Quando tivermos uma imprensa de vergonha, que não se venda e que enfrente os vendavais com as armaduras da IMPARCIALIDADE!”. O colega riu e se retirou. Na minha concepção, isto é algo difícil, mas não impossível, desde que tenhamos profissionais de caráter, corajosos e capazes de bater de frente contra tudo e contra todos. Um colega de rádio, que desistiu da luta por não suportar as pressões, disse-me laconicamente: “Caí fora, amigo! Ser radialista é negócio pra doido!”. Eu respondi: “Não, colega! É negócio pra cabra macho!”.
A grande verdade é que, se a imprensa “investigativa” se empenhasse com mais coragem e mais responsabilidade, teria descoberto que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mentiu ao afirmar que não sabia de nada sobre o Mensalão; que a ministra Dilma Russef mentiu quando disse não ter se encontrado com a Secretária da Receita Federal; não teria permitido que o senador José Sarney, com ONZE processos estarrecedores, permanecesse na Presidência do Senado; não teria permitido que o Deputado Federal Roberto Jefferson fosse cassado por ter descoberto a corrupção que abalou a Nação e exploraria os motidos pelos quais o presidente Lula vive em conluio com elementos de alta periculosidade como Hugo Chavez, Fidel Castro e outros espalhados por aí, chegando ao ridículo de se omitir diante da situação dos presos políticos cubanos.
QUANDO TEREMOS UMA IMPRENSA DE CREDIBILIDADE, FORMADA POR PROFISSIONAIS DE VERGONHA, QUE NÃO VENDAM O SEU CARÁTER E NÃO SE CURVEM DIANTE DE PROPOSTAS VANTAJOSAS? Enquanto isso não acontece, continuamos sendo um povo consumista, escravizado pelos interesses pessoais dos nossos veículos de comunicação, cada um caminhando por caminhos diferentes, mas com o mesmo objetivo: o de tornar a população cada vez mais tímida, covarde e subserviente. Sejamos fortes e destimidos, revestidos de coragem para dizer BASTA aos construtores de mentes poluídas e impotentes para opções inteligentes.
(Adalberto Claudino Pereira)
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