sábado, 23 de fevereiro de 2013

TENHO VERGONHA DO CONGRESSO DO MEU PAÍS


UMA VERGONHA NACIONAL

Foi divulgada pela imprensa uma informação deveras revoltante. Apenas quero repassá-la àqueles que ainda desfrutam de uma consciência lúcida. Com certeza, somente os cidadãos idôneos e de caráter inabalável dividirão esta revolta conosco e a repassarão aos amigos mais próximos. Vamos à informação!!!

“Os parlamentares brasileiros são os mais caros do mundo”.  Estudo feito pela Organização Transparência Brasil deixa-nos diante dos seguintes e horripilantes dados:

1 - Cada Senador custa ao país, por ano, R$ 33.000.000.00  (multiplique isso por 81);
2 - Cada Deputado Federal custa ao país, por ano, R$ 6.600.000,00 (multiplique isso por 513);
3 – Em Brasília, cada Deputado Distrital custa, anualmente, R$ 10.000.000,00 (multiplique isso por 24);
4 - No Rio de Janeiro e em São Paulo, cada Vereador custa, anualmente, o equivalente a R$ 5.000.000,00.

OBS.: Nestes dados não constam os custos com o Presidente da República, e  quanto custa à Nação cada um dos deputados estaduais, dos prefeitos e dos vereadores dos demais Estados e Municípios.

Outros dados revoltantes: Comparados a outros países, os custos com deputados e senadores brasileiros, por ano, chegam a R$ 10.200.000,00 por cada parlamentar.

Na Itália, esses gastos chegam a 3.900.00,00; na França, eles chegam a 2.800.000,00; na Espanha, os mesmos gastos chegam a apenas  850.000,00; e na argentina a 1.300.000,00.

As mesmas fontes informam que, por minuto, nós pagamos a esses “maravilhosos”, “dignos” e “honrados” senhores e senhoras, a importância de R$ 11.545,00. Isso equivale a 30 dias de trabalho para, pelo menos, 17 assalariados.

Um país onde o Governo, às vésperas de uma nova eleição, promete tirar milhares de pessoas da extrema pobreza, faz vistas grossas para fatos dessa natureza, não pode ser um país sério. Que saudades de Charles De Gaulle!!!

Quando alguém pergunta por que você votou em deputados e senadores? Qual é a sua resposta? Bem, de início vem aquela já tradicional: - Para defender os nossos interesses! Verdade? Não! Mentira! Na realidade, eles são eleitos para defender os seus próprios interesses, esquecendo as  promessas demagógicas dos palanques.

As atitudes desses hipócritas, demagogos e presunçosos conspiradores contra a honestidade, leva-nos à uma conclusão óbvia: continuamos sendo os imbecis de quem eles muito precisam para suas próximas investidas. Somos tão pequenos diante dos vencidos pelas necessidades, que nossas forças se esgotam transformando-nos em seres frágeis,  incapazes de esboçarmos qualquer tipo de reação.

É revoltante vermos as situações em que se encontram os hospitais públicos. Revoltante também é sabermos que vivemos diante de uma segurança impotente e de um sistema educacional falido. Mais revoltante ainda é vermos os políticos por nós eleitos, negociando com o Governo os votos que lhes foram confiados. E a nossa esperança de termos um Brasil melhor, vai cada vez mais naufragando no oceano da ilusão.

Um país sem educação é um pais fragilizado, onde o eleitor analfabeto elege um político em troca das esmolas patrocinadas e distribuídas pelo Governo. São esses eleitores alienados que levam a Nação ao caos. Enquanto isso, eles pregam uma democracia fictícia.

País democrático é aquele em que os cidadãos participam das decisões do Governo. País democrático é aquele onde o Governo é do povo, para o povo e pelo povo. Infelizmente o eleitor analfabeto não sabe o que isto significa.. Para ele, democracia é uma cesta básica, algo suficiente para fazê-lo tecer elogios ao Governo: “Esse é qui é o hômi!!!” – “Essa é qui é a muié!!!”. E o Brasil se transformando num gigante Titanic.

Cuidado!!! Muito cuidado!!! Aí vêm eles com aquela carinha de anjo, abraçando a todos, sorridentes, educados e cheios de cinismo!!! Cada um com o mesmo objetivo: dizer que é amigo da pobreza e que tem projetos espetaculares! Procuram saber dos problemas da sua cidade, do seu bairro, da sua rua e prometem solucionar todos eles. As mesmas promessas das eleições passadas, mas que nunca foram cumpridas e, consequentemente, nunca serão.

Mais uma vez eu estarei perplexo diante dos alienados boquiabertos e babando diante dos discursos demagógicos de políticos hipócritas. Infelizmente, a quantidade de analfabetos no Brasil é algo impressionante! Eles chegam dar um índice assustador na popularidade de alguém, até  elegê-lo  presidente, governador, prefeito ou algo mais. E o País que se dane!!!

 Mas um dia, se Deus quiser, meus netos verão um Brasil com mais educação, mais assistência médico-hospitalar, mais segurança e menos corruptos nos lugares de pessoas idôneas. Aí, sim! Não mais precisaremos de esmolas que sirvam de trampolins para os cretinos chegarem aos lugares que não merecem.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

UMA APOSTA DE GIGANTES


UMA APOSTA DE GIGANTES

(Adalberto Claudino Pereira)
   Quando está em jogo a capacidade física de alguém, tudo é possível para que a vitória seja alcançada. Na verdade, a vida é uma eterna disputa entre aqueles que defendem os seus próprios interesses.
      Quando o Diabo viu que Jó era uma pessoa fiel a Deus, fazendo tudo aquilo que o Criador lhe ordenara, resolveu atacar de forma impiedosa, usando a arma de que dispunha contra Deus. Então os dois fizeram uma espécie de “aposta” para por à prova a fidelidade de Jó. No final, o Diabo foi vencido e o Criador o grande vitorioso.
      Outras centenas de apostas aconteceram. Muitas delas testemunhadas por mim. Outras não cheguei a ver, mas tomei conhecimento através de pessoas amigas.
      A que vou contar parece incrível, à primeira vista. Mas, analisando-a bem, chega-se à conclusão de que ela tem um certo sentido.
      Numa manhã ensolarada, o vento e o sol estavam conversando sobre a maneira que cada um tinha ao agir. A conversa ia muito bem até que, em dado momento, o sol disse que tinha poderes para realizar coisas incríveis. Contou algumas de suas proezas, enquanto o vento o ouvia em silêncio.
     Passados alguns minutos, foi a vez do vento contar suas aventuras. Disse que era ele quem formava as ondas do mar e que balançava as árvores, dando inspiração aos passarinhos para cantarem lindas melodias,  etc., etc.
     Depois de ouvir as aventuras do vento, o sol, que se mantivera calado, lançou um desafio:
     Amigo vento! Você diz que faz tudo com perfeição e que sem você a vida não tem sentido! Que tal fazermos uma pequena aposta?
     - E como seria esta aposta, amigo sol – perguntou o vento um tanto irônico.
     - Estás vendo aquele homem bem vestido, usando um sobretudo?
     - Claro que estou, amigo sol! E daí? O que tem ele a ver com nossa aposta?
     - Façamos o seguinte: você tem trinta minutos para retirar dele o sobretudo. Decorridos os trinta minutos, caso você não consiga, então será a minha vez!
     - Feito, amigo sol! – gritou eufórico o vento, já com ar de vitorioso.
     Tirada a sorte, o vento foi contemplado para iniciar a prova. Ele soprou forte, o mais forte que podia. Quanto mais ele tentava tirar o sobretudo do cidadão, mais este o agarrava com toda a sua força. Foi uma luta terrível entre o vento e o cidadão.
     - Fim de tempo! – gritou o sol, já se preparando para sua investida.
     O sol abriu seus olhos em direção ao homem do sobretudo que, em menos de cinco minutos, não resistindo ao calor daquele sol tenebroso, desabotoou o sobretudo, tirando-o de forma violenta.
     Olhando para o vento, o sol falou:
     - Nem sempre vencemos pela força! Às vezes precisamos apenas de um jeitinho a mais! Quando desafiar alguém. Abra bem os olhos, amigo vento! – retrucou o sol.
     Derrotado, o vento saiu de mansinho. Nesse dia as folhas e os galhos das árvores se aquietaram, os passarinhos silenciaram e as ondas do mar se recolheram como se naquele dia toda a terra tivesse parado. Vencido pela arrogância, o vento não soprou durante 24 horas. Estava pagando o preço da derrota, enquanto o sol brilhava orgulhoso.

DIDÁTICA DA EDUCAÇÃO


CONTEÚDO DIDÁTICO SOBRE EDUCAÇÃO

Aqui está  um trabalho preparado exclusivamente para professores, mas que também pode contar com a participação de diretores, secretários, coordenadores e até mesmo de pessoas de outros segmentos da sociedade, que se achem interessadas em conhecer a realidade do Sistema Educacional Brasileiro.

                                     - o autor –



                       Conheça melhor o Autor
Adalberto Claudino Pereira é natural de Paulista, Estado de Pernambuco. Com nove anos de idade, sua família fixou residência em Campina Grande, na Paraíba, onde ele teve toda a sua infância e adolescência.
Serviu ao Exército Brasileiro , no Batalhão de Serviços de Engenharia, naquela cidade paraibana.
Em 1960 foi  morar na cidade de Patos, no Sertão da Paraíba, onde permaneceu durante 24 anos.
Como radialista, trabalhou nas emissoras: Rádio Espinharas, Rádio Panati e Rádio Itatiunga, todas em Patos; Difusora Rádio Cajazeiras; Emissora Rural a Voz do São Francisco e Rádio do Grande Rio, em Petrolina (PE); Rádio da Grande Serra, Rádio Arco-Iris e Araripina FM, em Araripina (PE).
Como jornalista, exerceu suas funções nos jornais: Diário da Borborema e Gazeta do Sertão, em Campina Grande (PB); Tribuna do Araripe e A Notícia, em Araripina (PE); Jornal de Juazeiro, em Juazeiro (BA).

Foi Assessor de Imprensa da Prefeitura Municipal de Patos; da Câmara Municipal de Patos; da Câmara Municipal de Araripina (PE); e Relações Públicas do III Batalhão de Polícia Militar, em Patos (PB).
     Professor de Língua Portuguesa,  com Licenciatura Plena pela Faculdade de Formação de Professores de Araripina (FAFOPA), lecionou nos seguintes estabelecimentos de ensino: Colégio Aristides Hamad Timene e Colégio Comercial Roberto Símonsen, em Patos (PB); Colégio Destak e Faculdade de Formação de Professores de Araripina, em Araripina (PE); Centros de Ensino Fundamental (CEFs) 416, 213, 308 e 201, na cidade de Santa Maria (DF).
                          Cursos de Especialização
 Capacitação Pedagógica de Professores, nível de extensão, pelo Departamento de Educação da Universidade Rural de Pernambuco (1993);
 A Construção do Projeto Pedagógico, pela Escola “O Pequeno Polegar” e Hannah Editorial Ltda. (1996);
Encontro Geo de Educação – Treinamento 98, pela Hannah Editorial Ltda. e Colégio Geo (1998);
I Ciclo de Conferência sobre Atualização da Língua Portuguesa, pela Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco (1998);
Programa Largada 2000 (2001);
TV na Escola e os Desafios de Hoje (2004);
Pressupostos Filosófico-Metodológicos: Programa Aceleração da Aprendizagem no Ensino Fundamental, pelo CETEB-DF (2004)

    CONTEÚDO DIDÁTICO SOBRE   A EDUCAÇÃO
                                  A ESCOLA

     De início, podemos afirmar que as escolas evoluíram bastante nos últimos anos, sejam elas como locais onde se ministra o ensino, ou como tipos de instituições de ensino.
Como locais de ensino, são hoje construídas dentro de determinados padrões técnicos, impostos pelas autoridades competentes (Ministério da Educação e Secretarias Estaduais e/ou Municipais de Educação), para garantir condições de higiene, luminosidade, proteção contra intempéries (maus tempos), e outras condições necessárias, não só para proteger a saúde do aluno, como também para propiciar o melhor rendimento do ensino.
 É evidente que a precária situação financeira de muitos Municípios do Interior só permite a construção de escolas humildes e paupérrimas. Isso acontece quando os Municípios não recebem verbas que lhes são devidas para a educação, ou quando essas verbas são desviadas para outros fins e outros interesses individuais de pessoas sem compromisso com a educação de suas comunidades.

         CONTEÚDO DIDÁTICO SOBRE   A EDUCAÇÃO

         Alguém poderia perguntar o que consideramos uma Escola Transformadora. Com certeza responderíamos que se trata de um tipo de escola que se compromete a promover mudanças na vida dos indivíduos, em todos os aspectos: sociais, políticos, econômicos e religiosos.
    É claro que não podemos tomar como base para os dias atuais, as escolas do Período Colonial, aquelas dos tempos dos jesuítas, que tinham como principal objetivo, preparar meninos das camadas privilegiadas para a Universidade de Coimbra.
 Apesar da primeira reforma na organização do ensino no Brasil, fato este verificado em 1759 (época do marquês de Pombal), nada chegou a satisfazer a classe estudantil.
 Era necessária uma nova mudança, o que só foi possível em 1822, com a Proclamação da Independência do Brasil.
Mesmo assim, o ensino continuou descuidado até a aprovação da primeira Lei Geral de Instrução Pública, em 15 de outubro de 1827.
.Inspirado nas idéias de Augusto Comte, o ministro Benjamin Constant, da Instrução Pública, Correios e Telégrafos, preparou para o Governo Federal uma reforma geral do ensino público, inserida na Primeira Constituição Republicana, em 1891. Essa reforma assegurava o estudo conjunto das ciências conhecidas na época.
O ensino livre só foi estabelecido através da Lei Orgânica de 1911, do ministro Rivadávia Correia. Era retirado do Estado o poder de interferência no setor educacional.
O alto índice de evasão e repetência no primeiro grau tornou-se uma das grandes preocupações para as autoridades educacionais brasileiras.
O Ministério de Educação e Cultura fez um levantamento, em 1983, e chegou à conclusão que, em cada 1.000 (mil) crianças matriculadas, apenas 170 (cento e setenta), o equivalente a 17%, chegavam ao fim da educação fundamental.
 Vários fatores provocaram este tipo de problema. Entre eles, podemos citar:
 1º) A falta de estímulo por parte da família;
2º) A desordenada reprodução populacional;
3º) O modelo político-econômico-educacional em vigor no país;
4º) A baixa remuneração dos professores e sua qualificação;
5º) O elevado número de escolas com apenas uma sala de aula.

                 UMA ESCOLA REDENTORA

Como podemos transformar o Sistema Educacional Brasileiro, se não lutarmos por uma Escola Redentora? O que precisamos, realmente, é resgatar o ensino público, livrando-o das forças orgânicas, fazendo da escola um elemento de transformação social, ou seja, com capacidade de mudar o comportamento de uma classe social.
 Precisamos ver, e com muito cuidado, o domínio político, social e religioso, que representam forças antagônicas perigosas, principalmente quando somos dominados pelas forças ocultas da igreja, que sempre age camufladamente.
 Outro elemento que se tem transformado num perigo constante, influenciando negativamente no processo evolutivo do nosso Sistema Educacional, são os sindicatos, hoje, repletos de indivíduos que se aproveitam da situação em que vivem os professores para tirarem proveitos em benefício próprio.
 Os professores, conscientes da responsabilidade de transmitir o ensino como conjunto metódico e conhecimentos e experiências, não devem fugir da grande realidade de que são eles que, nas condições adversas do subdesenvolvimento, preparam o povo para seus grandes destinos.
O professor deve ter a capacidade de motivar os alunos para aprender, despertando neles o interesse autêntico de participação nos trabalhos escolares, sem o qual a aprendizagem, quando muito, se reduziria a um mero esforço de memorização.
 A função do professor não é simples, porque além de ser uma arte, é também uma ciência, envolvendo aspectos suficientemente complexos para constituírem o objeto de uma formação específica em Pedagogia e Didática.

                 RELACIONAMENTO  ENTRE PROFESSOR E ALUNO

 O mau relacionamento entre professores e alunos tem sido um sério problema nas escolas da atualidade, embora saibamos que houve uma evolução no Sistema Educacional Brasileiro. Saímos de uma escola tradicional e nos deparamos com uma escola democrática, construtivista. Uma escola onde há um perfeito relacionamento entre professores e alunos.
 Trata-se de uma escola formadora de alunos críticos, dentro de uma filosofia moderna, onde o aluno tem o direito de expor os seus sentimentos, explorando os seus conhecimentos em todos os ângulos.
Estamos na era em que o professor deve ser dinâmico e não mais aquele professor limitado. Considerando tudo isso como uma forma evidente de sucesso na aprendizagem dos nossos alunos, não devemos esquecer o perigo dessa “DEMOCRACIA” quando nos deparamos com alunos que ainda não assumiram a responsabilidade diante da necessidade do “APRENDER”. Isso nos coloca frente a frente com alunos indisciplinados que fazem da escola um “CANO DE ESCAPE” para se distanciarem da monotonia familiar.
 A partir daí, o relacionamento entre professores e alunos passa a enfrentar uma certa dificuldade, principalmente quando os alunos colocam entre eles e os professores os direitos que lhes são atribuídos, enfraquecendo a autoridade dos mestres. Exemplos deprimentes temos visto, inclusive com a vida de muitos professores sendo colocadas em risco. Isso é por demais preocupante.

                                           Educação

A educação consiste, essencialmente, na formação do homem de caráter. Ela é um processo vital para o qual concorrem forças naturais e espirituais, conjugadas pela ação consciente do EDUCADOR e pela vontade livre do EDUCANDO.
 Podemos dizer ainda que a educação é uma atividade criadora que visa a levar o ser humano a realizar as suas potencialidades físicas, intelectuais, morais e espirituais.
É também, um processo contínuo que começa nas origens do ser humano e se estende até a morte.
A educação apresenta, no entanto, uma fase intensiva e sistemática, visando de modo especial, à infância, à adolescência e à juventude, como esforço para transmissão do patrimônio cultural da humanidade às novas gerações.
A Família, o Estado e a Igreja são os grandes responsáveis por tudo isso. Toda educação está baseada numa filosofia de vida e cada indivíduo tem o direito de ser educado de acordo com a filosofia de vida da família a que pertence.
 A família tem prioridade relativamente à educação da prole, por ser a instituição familiar anterior à da sociedade civil e à do Estado.
Como a família não dispõe em si mesma, de todos os meios indispensáveis à efetivação do seu direito de educar, ela pode delegar à escola, poderes para esse fim, através de uma escolha consciente que assegure a manutenção dos princípios básicos de uma concepção de vida e dos justos anseios e esperanças com que ela considera o destino de seus filhos.

                               ENSINO E APRENDIZAGEM

 Ensino e aprendizagem são os dois polos de um mesmo processo. Enquanto o ENSINO aparece como uma ação sistemática, ordenada e intencional de transmissão de conhecimentos e experiências, a APRENDIZAGEM se apresenta como o resultado desta ação.
 Pode haver ENSINO sem APRENDIZAGEM? A resposta é SIM, a partir do momento em que o professor não se sintoniza com o aluno e fala sem ser ouvido. Isso acontece muito quando o aluno não se interessa por determinado conteúdo ou por uma determinada disciplina. Neste caso, o professor faz a sua parte sem a efetiva participação do aluno.
 É possível haver APRENDIZAGEM sem ENSINO INTENCIONAL? A resposta também seria SIM. Isso ocorre quando o aluno aprende mais do que lhe é ensinado pelo professor.
Existem alunos pesquisadores. São aqueles que não se limitam ao conteúdo que lhes é passado em sala de aula. Eles sempre querem mais.
 É por isso que dizemos: o ENSINO é apenas uma parte da EDUCAÇÃO. Isso nos leva a afirmar categoricamente que o ensino não é toda a educação, já que o seu campo por excelência é a ESCOLA.
A partir de tudo o que vimos até aqui, sentimos a necessidade de fazermos as seguintes perguntas:
     lº) O que ensinar?
     2º) Onde ensinar?
     3º) Quando ensinar?
     4º) A quem ensinar?
     5º) Por que ensinar?
     6º) Vale a pena ensinar?
     7º) Quem deve ensinar?
     As respostas ficam por conta de cada um, conforme a sua concepção. Podemos apenas afirmar que ENSINAR não é mera questão de obrigação. ENSINAR é devoção e só deve exercer o magistério aquele que sente real vocação.
     O que não podemos deixar de afirmar é que EDUCAR é algo necessário na vida do cidadão. Este, por sua vez, deve aperfeiçoar cada vez mais os seus conhecimentos através de estudos diversos, evitando, desta forma, erros imperdoáveis como o que mostraremos, tomando como exemplo um comunicado de uma grande empresa aos seus funcionários:
    “Aos guardas noite e vigia diurno fim de semana. Rotina de trabalho a ser desenvolvida de vossas responsabilidades.
     A – Manter a guarita limpa e organizada
 B – Soltar os cachorros da empresa após fechar o estabelecimento.”
    C – Guardas noite recolher as fezes dos cães às 06:30 da manhã, que estão no pátio da frente e atrás do galpão central. Jogá-la no container ou caçamba.
     OBS. Os vigias diurno fazer o mesmo processo `às 17:30 a tarde.
  D – Nenhum funcionário poderá sair, com produtos para fora do estabelecimento sem o comprovante do produto.

                                  UM SER INCOMPLETO

 Atentem para as seguintes perguntas:
* Você conhece a si mesmo(a)?
* Será que existe algo em você que só você conhece?
* Será que existe algo em você que só os outros conhecem?
* Será que existe algo em você que você e os outros conhecem?
* Será que existe algo em você que nem você, nem os outros conhecem?
     Atentem para a seguinte realidade: o ser humano é um ser incompleto, um ser inacabado. É um ser desejoso. Ele sempre sente falta de algo. Sempre quer mais. Assim, podemos afirmar que:
a) BIOLOGICAMENTE somos todos iguais; nossa estrutura física é semelhante; não existe diferença biológica entre os seres;
b) SOCIOLOGICAMENTE somos parecidos uns com os outros. Isso significa dizer que pode existir semelhança sociológica entre as pessoas;
c) PSICOLOGICAMENTE somos diferentes de todos.

                                 UM MUNDO HETEROGÊNEO

 Por que dizemos que vivemos num mundo HETEROGÊNEO? Simplesmente porque as pessoas se diferenciam umas das outras. 
Elas são diferentes psicologicamente falando. Cada um tem a sua maneira de agir, de decidir, de escolher entre uma coisa e outra.
Torna-se difícil encontrar um grupo HOMOGÊNIO. Assim sendo, não adianta insistir para uma pessoa que gosta da cor preta, por exemplo, passar a gostar do azul.
Precisamos saber conviver com as diferenças, respeitando as preferências alheias.
 Não queremos dizer com isso, que devemos parar no tempo e no espaço. Se há necessidade de mudança no comportamento de alguém, nada nos impede de orientá-lo para uma vida melhor.
Não devemos nos omitir diante de uma pessoa viciada em drogas, achando que tudo está indo às mil maravilhas e que nada temos a ver com aquilo. Se conseguirmos transformar comportamentos, parabéns.

                                IMPRESSÃO X PERCEPÇÃO

 Quando você entrou, pela primeira vez na sala de aula, que impressão você teve dos seus alunos?
E depois, o que você percebeu neles?
A partir de sua resposta, perguntamos: Impressão e Percepção se assemelham ou são diferentes?
Se recorrermos ao Dicionário Brasileiro, certamente chegaremos à conclusão de que IMPRESSÃO é um efeito produzido pelos órgãos dos sentidos, na mente. Pode ser, também uma marca deixada por um objeto que se pressionou contra outro.
Você pode ter apenas uma IMPRESSÃO, mas isso não significa dizer que você chegou a uma realidade, a uma certeza.
A IMPRESSÃO pode acabar com a chegada da PERCEPÇÃO. Logo, podemos considerar um equívoco dizer: A PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA.
Ainda levando em consideração o que nos mostra o Dicionário Brasileiro, podemos afirmar que PERCEPÇÃO é o ato ou efeito de perceber pelos órgãos dos sentidos. Mas a PERCEPÇÃO é muito mais real, pois só podemos perceber algo que é certo, evidente.
     Diante do que acabamos de citar, chega-nos o seguinte exemplo: o aluno ouve muitos comentários sobre os professores de determinado colégio. Ao chegar em sala de aula, ele percebe que eles, os professores, são totalmente diferentes daquilo que ele, o aluno, pensava. Nesse caso, a PERCEPÇÃO “destruiu” por completo a IMPRESSÃO.
* IMPRESSÃO: “Tive a impressão que você iria chorar bastante ao receber a notícia do falecimento do seu vizinho...”
* PERCEPÇÃO: “... Mas percebi que, ao contrário, você ficou muito feliz!”
Aqui estão algumas perguntas que vocês deverão responder, conforme a sua consciência, sem a interferência de terceiros:
* Como você se sente no “mundo” em que você vive?
* O que mais lhe irrita nas relações com as pessoas?
* Qual a sua reação num momento de irritação?
* Como é o seu relacionamento com seus familiares?
* Como é o seu relacionamento com seus amigos?

                  O QUE NOS FALTA COMO PROFESSORES?

 Será que somos completos em nossas aspirações e desejos, ou ainda nos falta alguma coisa para completarmos as nossas ambições?
     Como professores, estamos trilhando pelo caminho da perfeição, ou precisamos aperfeiçoar os nossos passos em busca de novos horizontes?
     Será que estamos revestidos de razões quando nos consideramos profissionais impecáveis e insubstituíveis, ou precisamos parar um pouco para concluirmos que somos falhos e que precisamos aprimorar os nossos conhecimentos didáticos?
     As repostas às perguntas aqui formuladas só poderão ser dadas a partir do momento em que decidimos ampliar o nosso relacionamento com as pessoas, colhendo delas conhecimentos que estavam, até então, distantes da nossa realidade como profissionais do ensino. A partir daí, chegaremos à conclusão de que não somos tão humildes como parecemos ser. É aí que sentimos a necessidade de mudar.

                     RELAÇÕES HUMANAS – RELAÇÕES INTER-
                                          PESSOAIS (RIP)

    TEMAS PARA DEBATES

* PREPARAÇÃO PARA OS IMPACTOS E PARA AS CONTRADIÇÕES
* LIDAR COM GENTE É UMA ARTE
* COMUNICAÇÃO CORPO A CORPO
* A EDUCAÇÃO E AS RELAÇÕES INTER-PESSOAIS
1.0 – CONTEXTUALIZAÇÃO
1.1 – IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES INTER-PESSOAIS
1.2 – A PREOCUPAÇÃO DAS CIÊNCIAS HUMANAS COM RELAÇÃO AO ESTUDO DAS RELAÇÕES INTER-PESSOAIS
1.3 – DIFICULDADES DO DOMÍNIO DAS RELAÇÕES
2.0 – RELAÇÕES PESSOAIS NA EDUCAÇÃO
2.1 – A EDUCAÇÃO COMO PROCESSO DE FORMAÇÃO ATRAVÉS DAS RIP
    RIP___________________________________________ MEIO (lugar)
2.2 – A EDUCAÇÃO COMO PROCESSO DE PREPARAÇÃO PARA AS RIP
       RIP >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> RECURSOS (instrumentos)
3.0 – ENSINAR RELAÇÕES INTER-PESSOAIS SERIA O MESMO QUE ENSINAR ALGUÉM A RESPIRAR
3.1 – RELAÇÃO INTER-PESSOAL
a) Percepção de si
b) Percepção dos outros
As duas coisas são diferentes da relação com as coisas
4.0 – PERCEPÇÃO DO EU  X  PERCEPÇÃO DO OUTRO
 a) Conhecemos os outros através de nós mesmos;
 b) Chegamos a conhecer quem somos através dos outros;
 c) Somos o que somos, ou simplesmente existimos porque os outros são testemunhas do nosso EU.

              CONSIDEREMOS AS SEGUINTES COLOCAÇÕES:

a)   Existe comportamento da minha personalidade que só eu conheço;
b)   Tem coisas em nós que nós e/ou os outros conhecemos;
c)    Existem coisas em nossa personalidade que nem nós, nem os outros conhecemos.
     É aí que está a beleza e a singularidade humana. Daí surgir o seguinte questionamento, sobre o qual precisamos meditar cuidadosamente:
     Como podemos conhecer os outros, se não conhecemos a nós mesmos?
De uma coisa temos plena certeza: o ser humano é um ser inacabado. É um ser desejoso. Ele sente falta de algo, sempre quer mais.
     Assim, voltamos àquela afirmativa anterior:
BIOLOGICAMENTE (BIO) somos todos iguais; nossa estrutura física é semelhante; não existe diferença entre os seres, levando-se em consideração a sua forma biológica.
SOCIOLOGICAMENTE (SOC) somos parecidos uns com os outros, ou seja, somos parecidos com algumas pessoas; pode existir semelhança sociológica entre as pessoas.
PSICOLOGICAMENTE (PSI) somos diferentes de todos. Vejamos numa casa, onde os filhos são iguais fisicamente, são parecidos sociologicamente, tiveram a mesma educação, mas agem de forma diferente, chegando a surpreender os próprios pais.

                         CONCLUSÕES E INTERROGAÇÕES

     Não se ensina as Relações Inter-Pessoais porque cada um tem uma personalidade, uma maneira de ser, de pensar, de agir. Essas relações são estabelecidas no relacionamento do EU com os outros. Para que isso seja possível, é necessário que tenhamos a percepção de nós mesmos e dos outros.

                                     O QUE É PERCEPÇÃO?

 Já ouvimos falar de PERCEPÇÃO. Alguém diz: “Bem que eu havia percebido isso!”. Será que essa pessoa percebeu, realmente, ou teve apenas uma IMPRESSÃO? Finalmente, o que é PERCEPÇÃO? Como é que eu percebo bem? Como é que ocorre o processo de PERCEPÇÃO?
     Bem. Podemos afirmar que PERCEPÇÃO é o processo cognitivo, ou seja, conhecedor, de extrair informações do meio. Assim, você reflete, percebe e aprende. Concluímos, portanto, que PERCEPÇÃO não é  IMPRESSÃO. Senão vejamos:
     Os alunos esperam  o professor (desconhecido) com grande ansiedade, a exemplo dos seus colegas. Cada um, na sala de aula, tem uma impressão sobre o professor. Um acha que ele é “chato”, outro que ele é super-inteligente; outro que ele vai começar dando uma “bronca” em todos. Ao entrar, o professor tem um comportamento totalmente diferente, anulando por completo as IMPRESSÕES dos alunos, que PERCEBEM o quanto ele é diferente. O certo é que houve uma sensação (impressão) por parte dos alunos.
Fato idêntico pode acontecer com o professor em relação aos seus alunos, ou a determinado aluno. Logo, “a primeira percepção é a que fica e não a primeira impressão” como muita gente costuma dizer.
     Quando falamos em Relações Humanas ou Relações Inter-Pessoais, especialmente na área da educação, lembramos logo as regras, os fenômenos. Isso exige muito cuidado de nossa parte, pois devemos estar preparados para as contradições.
     Não devemos dar receitas, devemos trabalhar com hipóteses. Comunicar com pessoas não é a mesma coisa que comunicar com as coisas, pois estas, ao contrário daquelas, não têm sensibilidade. Por isso afirmamos que LIDAR COM PESSOAS É UMA ARTE.
     A tecnologia, apesar de sua perfeição e rapidez, tem distanciado as pessoas, dificultando a comunicação corpo-a-corpo. Por isso dizemos que A COMUNICAÇÃO CORPO-A-CORPO está ficando cada vez mais difícil, por conta do telefone, do computador, da Internet. Através deles, a comunicação é rápida, porém, o contato pessoal se distancia pela tecnologia.
Por mais que evolua, a tecnologia jamais substituirá o homem, pois este tem o papel fundamental na comunicação. A nossa profissão, o nosso trabalho é um trabalho privilegiado dentro da realidade que se vive.
    As Relações Inter-Pessoais (RIP) se referem aos contatos entre os homens. Daí a importância dessas relações na comunicação.

       AS DIFICULDADES NO DOMÍNIO DAS RELAÇÕES HUMANAS

     Quando estamos trabalhando com o aluno, estamos ensinando a ele conviver com as relações pessoais, tornando-se um suporte e, consequentemente, um agente dessas relações.
     Nas Relações Inter-Pessoais são necessárias:
a) A PERCEPÇÃO DE SI  MESMO: o homem precisa conhecer a si mesmo, para que possa conhecer os outros. Como podemos conhecer os outros, se não conhecemos a nós mesmos?
b) A PERCEPÇÃO DOS OUTROS: precisamos perceber o outro através de nós mesmos, para que possamos conhecer quem somos através dos outros. É aí que dizemos que somos o que somos, ou simplesmente existimos, porque os outros são testemunhas do nosso EU.
Não é difícil encontrarmos uma  senhora mãe com o seguinte argumento: “Meus filhos tiveram a mesma educação, o mesmo conforto, todos receberam o mesmo carinho, o mesmo afeto, mas são tão diferentes! O que está havendo? Onde nós erramos?”. A resposta é muito simples: Todos eles são iguais biologicamente; semelhantes sociologicamente, mas diferente psicologicamente. Eles têm comportamentos diferentes.
                                           ABSTRAÇÃO
     O professor deve levar o aluno a ABSTRAIR, ou seja, ser capaz de isolar, separar mentalmente um elemento ou uma propriedade de um objeto, a fim de considerá-lo separadamente, embora a ABSTRAÇÃO seja fruto da INTERPERSONALIDADE da pessoa. Na abstração são necessárias a ELABORAÇÃO, a DISCRIMINAÇÃO e a SENSAÇÃO.
     Há duas maneiras de percebermos as coisas:
a) DE FORMA IMEDIATA: neste caso, a percepção é rápida, direta. Ela pode apresentar falhas, deficiências. Pode ser uma percepção precipitada;
b) DE FORMA MEDIATA: neste caso, a percepção é feita através de uma análise  dos fatos. Ela exige mais cuidado e é feita depois de uma alta reflexão.
     Precisamos perceber de Forma Mediata as pessoas e as coisas. A partir daí, estaremos prontos para conceituar, ajuizar e abstrair

                 TEORIA IMPLÍCITA E INGÊNUA DA PERSONALIDADE

     Cada um de nós, baseado na sua experiência histórica, tem a capacidade de ter TEORIA IMPLÍCITA (subentendida) dentro de nós. Ela é INGÊNUA porque podemos errar. Ela pode não ter base científica. Todos nós temos capacidade de construir teorias sobre a personalidade humana.


 PROCEDIMENTO PARA LIDAR COM SITUAÇÕES CONTRADITÓRIAS

                             COMO EU VEJO E INTERAJO?

    Sabemos que INTERAGIR é um processo pelo qual promovemos uma influência recíproca.
     Primeiro, eu preciso ver a pessoa para, em seguida, saber como lidar com ela. Ora, se eu vejo que a pessoa é ignorante, ou muito sensível, eu passo a agir com cuidado.
     É como se estivesse comendo PAPA QUENTE (é comer pela beira), com cuidado para não queimar a boca. É a maneira de explicar e conhecer o modo de ser do outro.
*                             SITUAÇÕES CONTRADITÓRIAS
Geralmente nos deparamos com Situações Contraditórias. Como fazer ou proceder para lidar com elas?~´E aí que entra aquilo que chamamos de Teoria Implícita e Ingênua da Personalidade, que nos possibilita  lutar contra as contradições, para que possamos proceder em situações contraditórias. E como isso é possível?

                            EFEITO DE PRIMAZIA

         REDUÇÃO  >>>>>>>>>>>>>>>>>>> RELAÇÃO

                         
EFEITO DE RESCENTRICIDADE

REDUÇÃO: Precisamos reduzir o EFEITO DE PRIMAZIA, ou seja, anular o espírito de superioridade. Sempre procuramos ser superiores e melhores que os outros quando, na verdade, todos temos o nosso próprio potencial. O homem é limitado em seus conhecimentos e precisa sempre estar se atualizando.
Precisamos reduzir o EFEITO DE RESCENTRICIDADE  Somos iguais aos outros para pensar e agir dentro de uma sociedade na qual estamos inseridos.
Muitas vezes pensamos: “Os outros podem mas, como professor, eu não posso, para não dar mau exemplo; os outros podem andar de bermuda e chinelos mas, como professor, eu tenho que andar de paletó e gravata, para dar bom exemplo”
Reduzindo esses efeitos, certamente estaremos aptos a nos relacionar com os outros, pois conseguimos ficar iguais aos outros. O professor precisa ser visto como uma pessoa normal, não como um ser diferente. E isso não elimina o seu valor e a sua característica de disciplinador.

     FENÔMENOS DECORRENTES DO PROCESSO DE REDUÇÃO

* HOSTILIDADE AUTÍSTICA: “Autismo é o estudo patológico em que ocorre um distanciamento da realidade, devido a recusa de contato com o mundo exterior e a predominância de um mundo interior imaginário”, segundo o Dicionário.
     Muitas vezes nos distanciamos da realidade do nosso aluno pela falta de um conhecimento do mesmo, ou de um contato com o seu mundo exterior. Daí, começamos a fazer suposições (imaginações), hostilizando (ferindo) o aluno.
* PROFECIA AUTO-REALIZADORA: O homem faz uma previsão sobre determinado fato e influencia as pessoas que passam a agir baseadas naquela profecia, naquele ponto de vista. A profecia não é uma realidade, mas leva as pessoas a se AUTO-REALIZAREM. A profecia auto realizadora é um grande perigo e deve ser evitada, principalmente pelo professor.
       PERCEPÇÃO SIMPLISTA: Há pessoas que têm um tipo de PERCEPÇÃO INGÊNUA, simples demais, desprezando elementos essenciais para solucionar seus problemas. São pessoas que agem pela primeira informação. Antes de conhecer a “turma”, o professor recebe dos colegas a seguinte advertência: “cuidado com o aluno Fulano de Tal. Ele é um perigo!”. O professor já entra em classe “marcando” o aluno. É uma atitude bastante perigosa.
*     PERCEPÇÃO COMPLEXA: É muito natural encontrarmos pessoas que dificultam as coisas, tornando o mais simples no mais difícil, no mais complexo. Existem professores que se dirigem ao aluno e dizem: “Você não tem jeito mesmo! Sua reprovação é certa...!”.


A PERCEPÇÃO QUE O ALUNO TEM DE RELAÇÕES INTER-PESSOAIS                      NO CONTEXTO ESCOLAR


Precisamos saber que o aluno também sente dificuldades, levando em consideração as Relações Inter-Pessoais.
E quais são as principais dificuldades sentidas pelo aluno?
Podemos citar, entre elas:
a) O NÚMERO EXCESSIVO DE ALUNOS EM UMA SALA DE AULA;
b) A FALTA DE NEUTRALIDADE DO PROFESSOR;
c) A PERCEPÇÃO DAS DIFERENÇAS;
d) A TENDÊNCIA INTELECTUALISTA DA ESCOLA.
           A Superlotação da sala de aula dificulta o professor na transmissão da mensagem, da mesma forma que torna difícil a aprendizagem por parte do aluno
          Por que as escolas teimam em manter a SUPERLOTAÇÃO?
         Por que não existe prioridade ao resultado positivo dos ensinamentos nas escolas?
        Aí entra o lado financeiro, com a manutenção do número resumido de professores, no caso de algumas escolas particulares, e o lado político-partidário, no caso das escolas públicas.
         O aluno também é prejudicado quando existe falta de NEUTRALIDADE do professor (e até da Direção da escola).
        A partir do momento em que o professor demonstra preferência por determinado(s) aluno(s), ele está criando um distanciamento nas RELAÇÕES INTER-PESSOAIS com os demais. Esta discriminação causa sérios problemas envolvendo professor/aluno.
       Quando o professor sente dificuldades na PERCEPÇÃO DAS DIFERENÇAS, está criando dificuldades na aprendizagem dos alunos. Ele precisa saber perceber a diferença entre o aluno que sabe mais e o que está tentando aprender mais.
Quando a Direção da escola passa a mostrar suas TENDÊNCIAS INTELECTUAIS, está, muitas vezes ingenuamente, desvalorizando os alunos que não apresentam bom aproveitamento nas avaliações.
       Neste caso, a escola só valoriza o bom aluno (o que é bom atleta, o que tira boas notas, etc.). Existem alunos aprovados (valorizados) e os alunos rejeitados (esquecidos). São os chamados ALUNOS EXTREMOS. (Veja o gráfico)

 A____________________________________________B
      A relação entre professor e aluno deve ser uma relação de FORMA DESPERSONALIZADA, ou seja, IMPARCIAL.
      Não significa dizer que seja uma relação sem qualidade, sem personalidade, mas uma relação imparcial, sem preferências, com equidade, ou seja, igualdade de direitos.


 AÇÃO DO PROFESSOR NO PROCESSO DE RELAÇÃO     
 INTER-PESSOAL COM O ALUNO
O professor deve modificar a sua maneira de perceber as pessoas. É preciso ter muito cuidado com a maneira de perceber as pessoas, fazendo-o com sensibilidade perceptiva, reeducando nossa percepção, evitando o INTELECTUALISMO  e acentuando as qualidades do aluno.
         Precisamos ter cuidado com a suposição de qualidade. Professor que tece elogios exagerados a determinado(s) aluno(s), está procedendo de forma errônea, pois esse(s) aluno(s) chega(m) ao ponto de não aceitar nota abaixo de 10 (dez). Se ele tira um 9 (nove), quer rasgar a prova.
        Também devemos evitar fazer da relação Professor/Aluno, uma busca de equilíbrio pessoal.
        Muitos professores chegam a afirmar: “Sou uma pessoa equilibrada porque me relaciono bem com meus alunos”. Isso pode ser fatal na vida profissional do professor.


          ANÁLISE SOCIAL E PSICOLÓGICA DE SER PROFESSOR


      Existe uma heterorização com o grupo homogêneo  de alunos. Aumenta o número de alunos em sala e o crescimento dessa população atrapalha o professor em vários aspectos.
     O principal deles é a heterogeneidade sociocultural, mesmo que esse fator envolva alunos de uma mesma série, pois eles vêm de condições diferentes.
     Isso exige que a todo momento o professor esteja realizando reajustes em sala de aula. É um desafio que o professor enfrenta.
     Em segundo lugar, as populações, hoje mais esclarecidas, exigem das escolas uma qualidade de ensino melhor.
     Aí o professor passa a viver dois momentos distintos:
     Primeiro, a HETERORIDADE que ele tem de enfrentar, de se adaptar.
     Segundo, como ter boa qualidade de ensino numa turma de 50 (cinquenta) alunos?  Principalmente em escolas particulares.
     Vale salientar que as pressões das escolas particulares, principalmente em classe alta, são grandes, chegando a ver o professor como uma espécie de “babá” ou de empregado do aluno.
     Os pais dizem: “Cuidem bem de meu filho, coloque-o em lugar tal, faça isso; faça aquilo...!
Os pais acham que o professor é uma pessoa excepcional, pronto a fazer o papel de pai, conselheiro, amigo, companheiro, inclusive PROFESSOR.
     De repente, você se depara com alunos que querem de você uma metodologia toda organizada, toda determinada pra dar aula. E tem muita gente que se adapta a isso.
     A teoria tem muito a ver com o temperamento de cada um de nós. Existe um CONSTRUTIVISMO muito aberto. Cada um constrói o seu próprio conhecimento, indo de encontro a uma pessoa de temperamento mais objetivo, que começa a reagir contra aquilo que considera MODERNISMO.
     Não adianta estudar uma teoria e aplicá-la como se os alunos fossem HOMOGÊNEOS. Muitos dizem: “Agora é construtivismo!”. Então se pergunta: Agora, como? A quem? Para quem e quem vai fazer?
     Todos nós temos uma sequência de vida que pode ser diferente, mas que dá pra fazer um estudo entre as formas de cada um ser.
      Precisamos chegar a uma conclusão de que os outros formam o EU. Não devemos tornar-nos “xérox” dos outros, pois somos ímpares, pessoas “sui generis”.
Receba as influências mas conserve a sua originalidade, a sua singularidade de ser gente, à sua maneira. Não interessa a forma de ensinar, interessa se o aluno aprendeu ou não.
     Você pode estar de cabeça para baixo, mas o aluno aprendeu, tudo bem. Você está passando para o aluno uma aprendizagem não-formal.
     Quando ensinamos ao aluno um determinado assunto, precisamos ver como ele vê isso, pois o que importa é como cada um vai recebendo.
     Se você perguntar aos seus filhos o que eles acharam que você fez certo ou errado, eles podem lhe surpreender. O que poderia ter sido ótimo para você, pode ter sido uma porcaria para eles ou vice-versa.
     É que você estava muito preocupado(a) em educar seus filhos de uma forma igual. Você precisa saber que o primeiro filho é diferente do segundo, do terceiro, etc. É diferente na gestação, no momento do nascimento, no dar o primeiro passo, no pronunciar as primeiras palavras.
A preferência é inevitável e ela deve existir, desde que esta não venha magoar os outros. Deve ser uma preferência, não no sentido de ser injusto com os outros.
O filho pode ter preferência pelo pai ou pela mãe, mas não deve deixar transparecer esta preferência de forma radical.
Isso também serve para o relacionamento entre professores e alunos. Existe uma necessidade de se ter cuidado com as preferências exageradas.
     O professor não pode fugir das dificuldades. Mas o fato de termos vida difícil, ou qualquer outra coisa que bloqueie a gente, não é motivo para desânimo, porque o que tem feito grandes os homens, tanto na pintura, nas artes, em tudo, é que no momento em que a vida veio no seu revés, eles não ficaram lamentando: “ Ah, eu tenho uma vida assim!...”
                                         VISÃO DO MUNDO
    
Existem vários aspectos de como vemos o mundo. Vejam o exemplo de uma jovem que diz: “Meu namorado bebe socialmente”, quando todos sabem que ele é um autêntico beberrão.
     A verdade é que o amor deturpa a visão, tirando as pessoas da realidade. Que ela ame o alcoólatra, mas que reconheça o seu estado de ébrio. Esconder esta realidade é uma BURRICE AFETIVA, o que nos leva a afirmar que o amor emburrece.
      O CONTEÚDO: Para os alunos, devemos usar o conteúdo como meio para uma finalidade diferente: uma forma de raciocinar com mais sabedoria, ter uma noção de realidade do mundo que está aí em nossa frente.
Tem muita gente que morre ingênua, mesmo estando com idade avançada.
     EDUCAR PRA QUÊ?  A política educacional do Ministério da Educação é por demais proveitosa.
     Quando alguém pergunta: EDUCAR PRA QUÊ? Dizemos: “Educar para estar vivo, educar pra se relacionar bem com os outros.”
     As estruturas hierárquicas e burocráticas de muita gente estão deixando o professor tímido em relação aos coordenadores, às pessoas que estão mais altas e que mandam. É preciso um ajuste de adaptação de forma contínua.
     Essas estruturas vêm atrapalhando os trabalhos do professor que, basta levar uma repreensão para se abater, interferindo nas aulas que vai ministrar.
     O professor precisa aprender a conviver com isso, porque ele precisa sobreviver, ou então, ele faz um ajuste para conviver com essas pessoas que, muitas vezes, nem têm capacidade suficiente para coordenar determinados conteúdos, ou determinadas disciplinas.
     O choque entre essas forças (hierarquia, burocracia e Lei de Diretrizes Básicas da Educação – LDB) dificulta o trabalho do professor. Muitos professores colocam a culpa do seu fracasso nas Faculdades, afirmando que elas oferecem cursos fracos.
      Não podemos acusar somente as instituições. Já ouvi um colega afirmar: “Eu sou fraco porque o meu curso foi fraco”. Não importa como você foi formado e sim como você está continuando através dos anos.
      As pessoas esperam, através dos professores, ter uma sociedade melhor. Os pais pensam em educar seus filhos para uma sociedade melhor, justamente quando eles são influenciados por todos os lados negativos.
      Até que ponto influenciam a televisão, o computador, os filmes da televisão? Até que ponto isso modifica o comportamento do aluno?
      Façamos um paralelo do comportamento da criança. Para isso, colocamos como exemplo aquela criança que dormia ao som do “boi da cara preta”. Será que ele tinha medo da careta do boi, ou pela maneira da mãe ninar e pelo balanço dos braços da mãe?
      Que tipo de crianças temos hoje? Como estamos procedendo diante delas? Nos dias atuais as crianças estão vendo monstros de todos os tipos na televisão.
      Esses monstros chegam em nossas casas em forma de brinquedos. A partir daí passamos a viver uma vida de interrogações, certamente procurando soluções para os problemas que nos cercam.
      Se não podemos modificar a televisão, o que fazermos como professores?  Será que podemos tirar partido da própria violência mostrada pela televisão? Podemos analisar o comportamento dos personagens, procurando saber que tipo de influência nossas crianças estão recebendo?
      Será que vamos ficar alheios a tudo isso? Será que é só darmos nossa aula e pronto? Não vamos ter nenhuma participação nessa história?
      A verdade é que nós precisamos ter um conhecimento maior sobre essas coisas, sabermos o que os nossos alunos estão priorizando e o que os pais estão dando prioridade.
       O papel do professor vem passando por grandes transformações na construção do seu papel social. A identidade do professor está no modo como ele está no mundo (profissional).  
      Como você está no seu mundo profissional? Você pode ensinar bem a sua disciplina, mas ela vai ser influenciada pela sua forma de estar no “mundo”.
      O professor deve estar sempre se interrogando: QUEM SOU EU? POR QUE ESTOU AQUI? Assim, ele estará afetando suas perspectivas perante sua formação.
      No modo próprio de estar no “mundo”, o professor ver as coisas e interpreta as informações.
      Pesquisas feitas sobre os professores, pela Fundação Getúlio Vargas, por exemplo, mostraram os professores como uma massa Homogênea (o professor é assim, faz assim, age assim...).
      As mesmas pesquisas  revelaram que o professor devia ser dessa maneira.
      Precisamos levar em consideração que “não existe criança brasileira, e sim crianças brasileiras”. Trata-se de uma massa heterogênea.
      Ninguém deve dizer que você deve ser dessa maneira, porque sua maneira de ser é responsabilidade sua e não dos outros.
      Os professores, com o modo próprio de estar no “mundo”, de ver as coisas, de interpretar informações, não aparecem nas pesquisas.
      Até nas reprovações, nas notas de sala de aula, o professor mostra a sua maneira de estar no “mundo” profissional. Citemos como exemplo, o professor que se acha bastante forte por ter reprovado TODOS OS ALUNOS (é o chamado “bicho papão”) (e do professor que acha que para ser bonzinho deve aprovar TODO MUNDO.
      O professor é um ser em movimento, construindo valores, construindo crenças, tendo atitudes, agindo em razão do seu tipo de EU pessoal.
O professor recebe um aluno de 8ª série. Esse aluno precisa ter uma base de 7ª série para entender as coisas que ele está vendo na 8ª
     Nos dois primeiros meses de aula, nota-se que tem alunos dentro da sala de aula que o professor diz alguma coisa e ele desinteressa
     É que não existe uma patologia de atenção somente em casos mais graves.
     A atenção está relacionada com o interesse. Este, por sua vez, dá motivação à atenção.
     A motivação está relacionada com a carência, com a necessidade. Assim, podemos afirmar que a carência está relacionada com a necessidade; a necessidade se relaciona com a motivação; e a motivação gera a atenção.


CARÊNCIA >>>NECESSIDADE>>>> MOTIVAÇÃO >>>>ATENÇÃO


      Se eu tenho CARÊNCIA, eu tenho NECESSIDADE, eu tenho MOTIVAÇÃO, eu tenho ATENÇÃO.
      O que teria acontecido com o aluno para ele não estar atento o tempo todo? Pode estar acontecendo “n” coisas.
      Sempre, para o professor, o que está faltando nele é uma base anterior. Como ele não teve base na 7ª série, por exemplo, como vai entender o conteúdo da 8ª?
      Ao receber o conteúdo da 8ª série, o aluno começa a não entender bem as coisas e começa a se distrair, a badernar.
      E o que o professor tem que fazer neste caso? Certamente ele pegará aquele aluno e vai ver o que ele faltou completar na 7ª série.
      Como um professor de Matemática, por exemplo, pode ensinar uma multiplicação, se o aluno não sabe somar ou subtrair? No momento em que o professor exige dele uma multiplicação, o aluno passa a chamar o professor de “chato” e, para não ficar sem fazer nada, começa a fazer anarquia
      Ao contrário, o aluno que tem sucesso, que entende o conteúdo, por ter base na 7ª série, este se valoriza pelo acerto, tem um comportamento diferente.


                           QUE TIPO DE PROFESSOR É VOCÊ?

      Não é difícil encontrarmos professor que diz: “Sou professor por uma ironia do destino. Tudo aconteceu de repente, sem que eu percebesse...!” É que ele se tornou professor por acaso.
      Você pode encontrar, até mesmo no meio desses, aqueles que dizem orgulhosos: “Sou professor porque é maravilhoso. Eu sempre sonhei em ser professor e o sou com dignidade, amor, dedicação e muito orgulho!”.
      O que tem de professor por aí reclamando dos baixos salários, é uma verdadeira tragédia. E o pior em tudo isso é que, revoltados, entram em sala de aula com cara de bicho, gritando os alunos como se eles fossem culpados.
      Falam mal dos Secretários de Educação e dos Governos, dando péssimo exemplo de profissionalismo.


                                 PROCESSO DE AVALIAÇÃO

      Sem constranger o aluno, a avaliação deve ser um processo contínuo que venha mostrar os resultados positivos e/ou negativos da aprendizagem, levando o professor a providenciar maneiras próprias de aprimorar os resultados positivos e refletir sobre os negativos, corrigindo-os de acordo com a realidade do aluno.
      AUTO- ESTIMA: ambiente motivador e instigador, consciência e dedicação.
      AUTO-EFICIÊNCIA: capacidade de pensar, aprender, escolher e decidir.
      AUTO-RESPEITO: valor como pessoa, direito de viver e ser feliz, tomar decisões.
      É importante salientar a importância de incentivar o aluno a exteriorizar seus conhecimentos de acordo com o que ele aspira, e não segundo as aspirações do professor.
1 – COMO AVALIAMOS?
2 – POR QUE AVALIAMOS?
3 – QUANDO AVALIAMOS?
4 – O QUE AVALIAMOS?
5  - É PRECISO AVALIAR NA ESCOLA?
6 – DÁ PARA TRABALHAR SEM AVALIAR?
7 – É PRECISO TER  NOTA NA ESCOLA?
8 – É PRECISO TER PROVA NA ESCOLA OU PODE NÃO TER PROVA?
9 – DÁ PARA AVALIAR SEM PROVA?
10 – A PROVA CRIA PROBLEMAS NA VIDA DO ALUNO?
11 – A ESCOLA PODE MELHORAR ESTE PROBLEMA?
12 – EXISTE ALGUMA PRESSÃO DE ALGUNS PROFESSORES SOBRE O ALUNO? OU SEJA, TIPO DE COERSÃO, COLOCANDO A PROVA COMO ELEMENTO DE FORÇA?
      Essas perguntas são necessárias, a partir do momento em que a avaliação é vista como “elemento indispensável” para medir o aproveitamento e/ou a capacidade do aluno diante do conteúdo ministrado pelo professor.
      A nossa nota de avaliação deverá ter um peso maior. E como isso pode acontecer? – Perguntariam vocês. Vamos para a resposta: Basta sairmos do parcial e global para a AVALIAÇÃO CONTÍNUA 1 (AC-1) e AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2 (AC-2), não mais provas seguidas, semanais, bem como AVALIAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO (AP) em cada disciplina.
     Neste caso, serão aplicadas duas Avaliações Contínuas nas quatro etapas do ano letivo.
     Tudo que o professor puder fazer para avaliar o aluno (tarefas de sala, trabalhos individuais e coletivos, participação na aula, arguições, pequenas avaliações, etc.), será proveitoso e essencial.
      Aos poucos, o professor vai dando nota pela participação do aluno, incluindo os pontos de avaliações, aquelas que tantos problemas causam.
      O que é preciso, o que é mais importante para ser um bom professor? O que o aluno mais espera do professor? Vejamos alguns pontos importantes:
I – CONHECIMENTO: O aluno pode até aceitar um professor que não tenha bom relacionamento com a turma, mas o aluno quer e exige do professor, CONHECIMENTOS.
II – RELACIONAMENTO: O professor tem que ser um amigo do aluno. Na hora em que o professor “ganha” o aluno, ele terá 70% de chances de ser um grande professor, porque o que houve foi uma relação de amizade.
III – ASPECTO: O aluno quer um professor que tenha bom ASPECTO; um professor de boa aparência; um professor polido, educado, de bom tratamento com o aluno. Isso não quer dizer que o professor deve ir para a sala de aula de paletó e gravata, mas com uma roupa adequada (exclui-se a formalidade).
IV – DISCIPLINADOR: O aluno gosta do professor DISCIPLINADOR. É certo que existe uma minoria barulhenta, que gosta de incomodar, mas a grande maioria quer disciplina na sala de aula.
V – AVALIAÇÃO: O aluno quer um professor justo, que avalie bem e que tire dele, o aluno, o grande peso emocional, de medo, de pavor, de passar a semana de “cabeça quente” porque vai ter uma prova.


                                                MUDANÇAS

       
As Leis de Diretrizes Básicas da Educação decidiram que a Matemática, por exemplo, deveria passar por uma mudança.
       O que não era de grande uso para o aluno no seu dia-a-dia, deveria sair do programa. Aquele SENO da TANGENTE, do CO-SENO; a TRIGONOMETRIA pesada, a básica, ela morre; a Geometria de detalhe morre, ou seja, a escola passaria a se preocupar mais com as coisas de uso do dia-a-dia do aluno.
       A calculadora deveria se liberada desde a alfabetização (se o instrumento existe, é para ser usado). Alguém perguntaria: POR QUÊ?
       É que o instrumento está nas mãos do aluno e a idéia era tornar tudo bem mais prático, preparando o aluno para o uso daquilo que ele tem.
OBS.: Esta decisão não foi bem recebida pela maioria dos professores de Matemática.
       Mas não podemos esquecer outro ponto importante: o fim da decoreba, prevalecendo o conhecimento significativo. O aluno precisa entender o contexto e a escola deve cobrar dele desta forma.
                                             OBJETIVO
       O grande objetivo das escolas deve ser o de trabalhar o lado humano, incluindo a qualidade do professor. Este deve ser  o lado fundamental visto pela escola.
       Mais do que o conhecimento, o fundamental é trabalhar com o aluno, para que ele veja a importância do SABER SER GENTE.
       Qual será a atitude de um professor, quando dois alunos brigam em sala de aula? Tomar os dois pelos braços e lançá-los fora da classe?
       Se o professor age dessa maneira, ele perde uma grande oportunidade de tirar daquele momento uma grande lição de vida. Neste caso, ele deve conversar como educador que é. O problema é do professor ou da coordenação da escola?
       O problema é dele também, seja qual for o professor, independente da disciplina que leciona. O professor tem que, a cada momento, facilitar, melhorar, ensinar ao aluno a viver melhor.
       Muitas vezes os primeiros alunos de uma classe, aqueles que se destacam, nem sempre são pessoas vitoriosas na vida.
       E por que existe este tipo de PARADOXO? O que falta nesses alunos? Na realidade, o que falta é relacionamento. Eles aprenderam tudo, menos se relacionarem com as outras pessoas.
São verdadeiros gênios, gigantes de intelecto, mas são pessoas péssimas emocionalmente, altamente mal sucedidas a nível social.
     Com cuidado, o professor pode corrigir este tipo de comportamento. Cada momento na sala de aula é um grande momento para isso. Devemos, portanto, utilizar todos os meios disponíveis para trabalharmos as atitudes em sala de aula. Esta é uma missão de todos nós.
                                      UM VOTO DE CONFIANÇA
      Havia um certo aluno que não queria nada com o que era dado em sala de aula. Não fazia as tarefas, brincava o tempo todo e, como resultado de tudo isso, tirava péssimas notas.
      Certo dia, sentindo os reflexos da reprovação, pediu uma nova chance à professora. Ela pensou que poderia pagar caro se atendesse ao pedido do aluno. Finalmente, resolveu investir nele. Disse que lhe daria uma nova chance, mas que ficaria de olho nele. Resultado: o aluno estudou, passou a fazer todas as tarefas e mudou completamente o seu modo der ser e conseguiu dar a volta por cima.
      A professora chegou à conclusão de que valeu a pena confiar no aluno, que passou a valorizar as suas aulas.
                               AULA DE QUALIDADE
      
A qualidade da aula do professor influi muito no comportamento do aluno. Se a aula é boa, é muito difícil o aluno brincar, pois ele fica ligado mesmo no assunto.
      A maneira como o professor se comporta diante do aluno pode levá-lo à indisciplina, levando-o a uma reação inevitável.
      Muitas vezes, até mesmo sem querer, o professor trata mal ao aluno; faz maldade ao aluno através de uma brincadeira na frente do grupo, chegando a humilhar o aluno. Vejamos este exemplo:
      “Rapaz, que nota boa a tua!... DOIS!...”. Os outros riem e o aluno fica constrangido com a forma irônica como foi tratado.
       É preciso ter muito cuidado, pois é a partir daí que o aluno passa a exigir respeito. Nenhum aluno vai para a escola com raiva de alguém. Alguma coisa acontece para que ele queira dar o “troco”.
       O professor bateu, reclamou, brincou, ironizou, o aluno reage, e até com violência, gerando um clima de indisciplina.
       O professor é modelo. O aluno chega a copiá-lo até na maneira de vestir, de andar, de falar, de agir e vai até mais longe em suas mudanças.
         
                            DESINTERESSE PELA PROFISSÃO
     A grande maioria dos professores, em especial os das escolas públicas, demonstram desinteresse pela profissão. Eles chegam ao colégio com a cara de quem não está muito satisfeito com a vida.
       Até a maneira de caminhar mostra uma falta de coragem fora do comum. Muitos deles ainda chegam a comentar com os colegas: “Se dependesse de mim, estaria agora numa praia, tomando banho de sol e contemplando a natureza”. Se eles lá estivessem, seria ótimo para a educação.
       E o pior é que muitas vezes este tipo de comentário é feito na frente dos alunos, que já vê no professor uma pessoa vencida pelo cansaço.
       Não é estranho ouvirmos professores dizerem: “Quando penso que vou para a turma “X”, dá vontade de desistir. Não agüento olhar para a cara do aluno Fulano de Tal”.
       O outro responde: “Só estou aqui porque é o jeito. E pensar que hoje ainda é segunda-feira!!!
       Esses professores entram na sala de aula, como se estivessem entrando no inferno. O aluno, que não tem nada de besta, aproveita a ocasião para tirar sua “casquinha”.
                             SER OU FAZER-SE PROFESSOR
       A grande verdade é que existe uma extraordinária distância entre SER PROFESSOR e FAZER-SE PROFESSOR.
        Diante desta realidade, pergunta-se: e você, onde está enquadrado? Você é professor por acaso? É daqueles que fazem do Magistério apenas um “bico”?
        É daqueles que fazem do Magistério um sacerdócio, dando tudo de si com determinação, sem olhar para o salário que recebe?
        Se você está incluso no primeiro caso, está na hora de tomar uma decisão. Está na hora de abrir espaço para os que exercem a profissão prazerosamente.
        Se está entre aqueles que integram o segundo caso, parabéns! Você é um verdadeiro herói.
                                      PALAVRAS FINAIS
       Este não é um momento milagroso; um momento em que sejamos impulsionados a mudarmos violentamente o nosso comportamento como professores que somos.
       Nossa intenção foi tão somente apresentar algo que possa levar-nos a uma meditação mais cuidadosa e, a partir daí, corrigirmos algumas falhas que temos cometido como pessoas responsáveis pela transformação de uma sociedade exigente e que nos vê como a mais rápida solução para os seus mais diversos problemas.
       Não somos perfeitos. No entanto, precisamos ter humildade suficiente para confessarmos que somos falhos.         Assim procedendo, estaremos aptos a reconhecer que somos carentes de mudanças.     
        
      Obrigado pela atenção dispensada!

                          Adalberto Claudino Pereira
                                   - Professor -