O BRASIL QUER SABER SE PALOCCI É CULPADO OU INOCENTE!
O PT tem se esforçado ao máximo para evitar a ida do Ministro Antônio Palocci ao Plenário do Congresso Nacional, a fim de esclarecer alguns fatos que o colocam numa situação delicada. Já ficou provado, e isso não é de agora, que “quem não deve não teme”. Ora, por que o Palácio do Planalto está tão temeroso? O que há por trás de tudo isso? Por que o ministro não se propõe a enfrentar a verdade?
No primeiro dia de forte ofensiva da oposição para levar ao Congresso o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, a prestar explicações públicas sobre o seu aumento patrimonial, a base do governo usou sua força e conseguiu evitar um possível constrangimento ao ministro.
Apesar dos esforços, a oposição não conseguiu aprovar no plenário da Câmara dos Deputados dois requerimentos para tentar chamar o ministro à Casa. O objetivo é obter esclarecimentos de Palocci sobre o aumentou em até 20 vezes de seu patrimônio desde 2006, conforme publicou o jornal Folha de S. Paulo no domingo .
O tema foi levado a plenário depois da manobra do governo, com o apoio da vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas (PMDB-ES), de abrir os trabalhos por volta das 10h. Isso impediu o funcionamento das comissões, já que o regimento interno da Casa não permite deliberações enquanto há votações no plenário.
Havia requerimentos para chamar Palocci a três comissões, de Fiscalização e Controle, Agricultura e Finanças e Tributação, que ficaram inviabilizados.
Apesar da estratégia usada no Congresso, o governo adotou o silêncio sobre o caso nesta quarta, 15 de maio. No dia em que foi publicada a reportagem, o ministro divulgou nota afirmando que toda sua evolução patrimonial consta em declaração de Imposto de Renda.
Na terça-feira, houve mais uma tentativa de aclarar as informações sobre o patrimônio do ministro e a sua empresa, a Projeto. A Casa Civil enviou nota por email a senadores sobre o funcionamento da empresa.
Além disso, o comunicado cita o nome de outros ex-ministros e ex-diretores do Banco Central que também se tornaram consultores e diz que passar pelo Ministério da Fazenda e BC propicia experiência e dá 'enorme valor'.
A estratégia não deu resultado e acabou alimentando o noticiário desta quarta e mantendo vivas as acusações contra Palocci. Um assessor do Palácio disse à Reuters, sob a condição de anonimato, que o email não deveria ter sido distribuído a todos os senadores. Contudo, a fonte não explicou qual era o objetivo inicial do governo.
Nesta quarta, membros do governo e líderes aliados expressaram controle da situação, mas evitaram comentar hipóteses e possíveis desdobramentos do caso.
'Externamente tem muito barulho, mas internamente quase nenhum', resumiu o ministro da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho. Segundo ele, a presidente continua apoiando integralmente o ministro e confia nas suas explicações.
FATOS NOVOS
Mas, apesar da aparente tranqüilidade dos aliados do ministro, existem preocupações, no entanto, com o aparecimento de fatos novos que podem colocar o ministro na berlinda, como a divulgação do nome de alguma empresa que tenha contratado os serviços de consultoria de Palocci ou ainda a divulgação do faturamento da empresa. 'Talvez falte a divulgação da lista de clientes, mas por que ele tem que fazer isso?', questionou Carvalho.
Perguntado sobre esses possíveis desdobramentos, o vice-presidente Michel Temer reafirmou sua confiança em Palocci, mas disse que 'não tem conhecimento de detalhes' sobre as atividades da consultoria Projeto. 'Eu conversei hoje (quarta) com o ministro Palocci e ele me pareceu, pelo menos ao telefone, muito tranquilo', disse o vice. Segundo Temer, porém, o chefe da Casa Civil não demonstrou interesse em fazer qualquer esclarecimento adicional.
A oposição, contudo, promete voltar à carga para buscar mais informações. 'Nós não vamos abrir mão do nosso direito de tentar convocar o ministro Palocci para dar explicações no Congresso Nacional', disse o líder do DEM na Câmara, ACM Neto (PT).
O líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), se mostrou tranquilo e disse que o governo derrotará a oposição nas comissões em que o requerimento for apresentado, 'assim como fizemos no plenário'.
Cada vez que os amigos do ministro falam a respeito do episódio, fica mais claro de que há algo a se esclarecer. Sabe-se, no entanto, que as declarações dos petistas não oferecem credibilidade. É que eles são suspeitos para apresentarem defesas e suas palavras não convencem. A única maneira de se mostrar a verdade seria o ministro enfrentar a “corte” do Congresso, sem nenhum temor ou tremor.
Se o ministro Antônio Palocci teimar em se esconder, colocando em sua defesa amigos íntimos, não convencerá o Brasil de sua integridade moral. Quem se nega a enfrentar uma Comissão de Ética ou coisa semelhante, com certeza está assinando o seu atestado de MEA CULPA.
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